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Paulo Portas. Quem defende imigração zero não está no seu “são juízo”

17 nov, 2022 - 02:08 • Teresa Paula Costa

Em jantar de empresários, antigo ministro defende necessidade de mão de obra migrante em Portugal e questiona ajudas ao desemprego.

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O antigo ministro e líder do CDS-PP, Paulo Portas, disse esta noite que “aquelas pessoas que dizem que Portugal pode ter emigração zero não estão no seu são juízo”.

Em Fátima, durante um jantar de empresários do concelho de Ourém promovido pela Associação de comércio, indústria e serviços, Portas frisou que o principal problema que Portugal enfrenta neste momento é a escassez de mão de obra qualificada e deixou questões no ar: “Se mandarem embora os brasileiros quantos restaurantes ficam? Se mandarem embora os africanos quanta construção civil para? Se mandarem embora os asiáticos quem é que faz as vindimas e as colheitas?”

Na sua opinião, “os factos são teimosos”, por isso, alertou os empresários para terem cuidado com “discursos que pretendem resolver problemas complexos em 142 caracteres.”

“A maioria dos problemas são complexos e não se resolvem por um tweet.”

Para Paulo Portas devemos “escolher melhor a emigração de que nós precisamos e não sermos apenas escolhidos”. Agora, prosseguiu, “pensar que a economia portuguesa dispensa o contributo da emigração são pessoas que não estão no seu são juízo ou querem o mal da economia”.

Subsídio de desemprego não deve compensar trabalho

No seu discurso, defendeu que “o Estado não deve promover políticas que aumentem o sentimento de que entre subsídios e economia paralela eu tenho alguma vantagem face a ofertas que vou recusar na economia oficial.”

“É preciso equilibrar muito o que se dá com os deveres que tem que se aceitar”, afirmou o antigo ministro, que acrescentou que “nós somos um país onde se fala imensas vezes em direitos e ainda bem”, mas “ainda mal” que “nunca se fala em deveres”.

Tenham medo de quem diz que governar é ter "Likes"

Neste jantar, falou ainda da conjuntura internacional e disse que "aquilo de que o mundo precisa é de um sistema internacional de gestão de crises em que as principais potências sejam capazes de conversar antes dos factos acontecerem ou reforçarem a sua cooperação quando já nada há a fazer e os factos acontecem mesmo".

Realçando a "imprevisibilidade" dos tempos que vivemos, aconselhou os empresários a moderarem os riscos, evitando "delírios despesistas."

Alertou ainda para terem "medo daqueles que resumem governar a ter 'Likes'", pois "muitas vezes as opções que têm de ser tomadas são apenas a opção entre a menos má e a pior".

Por outro lado, e face à crise energética que assola a Europa, aconselhou os empresários a terem mais do que um fornecedor de energia. Sobre este aspeto, avançou que há quatro fontes de energia emergentes: as renováveis competitivas, o LNG - Gás natural liquefeito - o hidrogénio e os pequenos reatores nucleares que vários países estão já a construir.

Paulo Portas disse ainda que os empresários portugueses devem tomar cuidado com as criptomoedas e com os ataques informáticos, pedindo mesmo aos presentes que revejam os sistemas informáticos para prevenir os ataques dos hackers.

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