04 nov, 2022 - 19:00 • Rosário Silva , Ricardo Vieira
Depois dos trabalhadores dos CTT e dos professores, que regressam de novo à greve, as paralisações agendadas para as próximas semanas vão, seguramente, causar transtornos a muitos portugueses. Para que possa acautelar os seus interesses e minimizar eventuais impactos, a Renascença ajuda-o com as datas e os serviços que podem ser afetados.
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública convocou uma greve geral para dia 18 de novembro, uma semana antes da votação final do Orçamento do Estado para 2023.
A Frente Comum diz que a proposta do Governo de aumentos salariais de 3,6%, “quando a inflação prevista se cifra agora nos 7,8% para este ano, e para o próximo ano não vai estar a zero”, é “uma proposta de empobrecimento” que os trabalhadores não podem aceitar.
Já estiveram em greve, mas associam-se agora à paralisação da Função Pública a 18 de novembro. Continuam a queixar-se sobre a progressão nas carreiras, da passividade do Governo em relação à falta de docentes nas escolas e da perda do poder de compra.
Segundo a Fenprof, o projeto de revisão do regime de concursos apresentado pelo Ministério da Educação é “inaceitável”. O sindicato considera que o objetivo do Governo é obrigar os professores que estão longe de casa a fixar-se nas regiões onde foram colocados.
Com a inflação a atingir dos valores mais altos de sempre, a maior federação de sindicatos de professores do país quer aumentos salariais superiores ao plano apresentado pelo Governo. “A manter-se a proposta do Governo, vão perder mais 9% em 2022 e mais 3% em 2023 do seu poder de compra, a somar aos 20% que perderam nos últimos 10 anos”, lê-se no comunicado, enviado à Renascença.
Esta sexta-feira, também o Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) anunciou a realização de concentrações e uma greve às horas extraordinárias, em protesto contra a “falta de resposta” do Governo às reivindicações destes profissionais.
Estão já previstas "concentrações à porta de hospitais na próxima semana, a adesão à paralisação da Função Pública, agendada para 18 de novembro, e uma greve às horas extraordinárias que deverá acontecer no final do mês de novembro”.
Os profissionais vão protestar “contra o silêncio (...)
À greve da Função Pública associam-se também os médicos. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) emitiu um pré-aviso de greve para 18 de novembro, mas o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) considera "não haver espaço para decretar" uma paralisação quando estão a decorrer negociações com o Governo.
A FNAM anunciou que, com este pré-aviso, acompanha a greve dos trabalhadores da administração pública convocada pela Frente Comum.
"Todos os médicos do setor público, com contrato de trabalho em funções públicas ou contrato individual de trabalho, estejam ou não sindicalizados, podem aderir à greve", adiantou a federação.
Segundo a estrutura sindical, entre as propostas da Frente Comum que a FNAM acompanha, "encontra-se o aumento real dos salários em 10%".
Já o Sindicato Independente dos Médicos considera (...)
Ainda na área da Saúde, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses anunciou a convocação de três dias de greve para este mês de novembro. Estes profissionais de saúde vão estar em protesto a 17, 22 e 23 de novembro.
O anúncio destes três dias de protesto foi feito por José Carlos Martins, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, no final de uma reunião negocial no Ministério da Saúde sobre os termos da reposição dos pontos para efeitos de progressão na carreira.
Não há acordo, daí o recurso à greve, explicou o dirigente sindical.
Depois de dois dias de greve em outubro, os farmacêuticos dos serviços públicos de saúde paralisam de novo nos dias 15 e 16 de novembro, pela revisão e atualização das grelhas salariais e contagem integral do tempo de serviço no SNS para progressão na carreira.
A greve, convocada pelo Sindicato Nacional dos Farmacêuticos abrange todos os serviços de saúde dependentes dos ministérios da Saúde, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e Defesa Nacional, assim como nos Açores e na Madeira.
Além da valorização profissional e da contagem integral do tempo de serviço no SNS para efeitos de promoção e progressão na carreira, o sindicato exige também a vinculação efetiva dos farmacêuticos a exercer no Serviço Nacional de Saúde (SNS) com contratos precários e a adequação do número de profissionais às reais necessidades e complexidade das atividades desenvolvidas.
A circulação de comboios deverá sofrer perturbações devido a uma greve convocada por vários sindicatos de trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP), entre 18 de 29 de novembro.
Os sindicatos representativos de trabalhadores da IP e suas participadas (ASCEF, SINFB, SINFA, FENTCOP, SINDEFER e SIOFA) revelaram, em comunicado, que “no exercício do dever indeclinável que lhes assiste na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores que representam entregaram um aviso prévio de greve”, para “os próximos dias 18 de novembro [sexta-feira] a 29 de novembro de 2022”.
A Infraestruturas de Portugal alerta os passageiros para “penalizações ou eventuais supressões de comboios”.
No dia 30 de novembro, os trabalhadores da CP cumprem uma greve de 24 horas, em conjunto com os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal, reivindicando um prémio financeiro para mitigar os efeitos da inflação e o cumprimento do Acordo de Empresa. A paralisação terá serviços mínimos.
O Metro Sul do Tejo alerta para "fortes perturbações" no serviço a partir das 17h00 de terça-feira devido à greve dos trabalhadores, entre os dias 15 e 19 de novembro, por melhores condições de trabalho e aumentos salariais.
"Por motivo de greve convocada por uma organização sindical representativa dos trabalhadores de condução, para os dias 15 a 19 de novembro, poderão ocorrer fortes perturbações na circulação, a partir das 17h00 de dia 15 de novembro, e durante todo o dia de 16, 17 e 18 de novembro", pode ler-se na página da internet da empresa Metro Transportes do Sul.
Os trabalhadores da Metro Transportes do Sul (MTS) convocaram uma greve de 15 a 19 de novembro para exigir a abertura de negociações, aumentos salariais, progressão na carreira e melhor manutenção dos equipamentos.
Sindicato convocou uma paralisação entre os dias 1(...)
A Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP) marcou greve total ao trabalho em 18 e 21 de novembro, exigindo um novo estatuto profissional e o pagamento de suplementos, entre outras reivindicações.
A ASCCGP apontou, em comunicado, “a inércia, a apatia e a desconsideração do Ministério da Justiça sobre os problemas do sistema prisional” e criticou a “opção do Governo de continuar a ignorar a existência de uma inédita (…) falta (…) de efetivo, indesejável e arriscada”.
Os trabalhadores da Autoeuropa estarão em greve nos dias 17 e 18 de novembro, indicou à Renascença o coordenador da Comissão de Trabalhadores, Rogério Nogueira.
Apesar de a administração da empresa ter prometido voltar à mesa das negociações ainda este mês com vista a um aumento salarial, dois dos três sindicatos decidiram manter o pré-aviso de greve.
Em causa está a proposta de um aumento salarial de 5% feita pelos trabalhadores, para 2023.
Em dezembro, o mês começa com a paralisação dos tripulantes TAP, nos dias 8 e 9, de acordo com o Sindicato Nacional Pessoal de Voo da Aviação Civil.
Num comunicado aos associados, a direção do SNPVAC informou que pediu uma assembleia-geral para "debater o atual momento da empresa e apresentar as conclusões retiradas pela direção sobre a proposta de AE [Acordo de Empresa] enviada pela TAP, além de deliberar eventuais medidas a tomar - não descartando o recurso à greve".
O sindicato dos tripulantes justifica o pedido de convocatória com os "sistemáticos atropelos" ao Acordo de Empresa e ao Acordo Temporário de Emergência.
Uma greve na TAP "é o pior que poderia acontecer n(...)
Os trabalhadores da transportadora rodoviária Alsa Todi marcaram uma greve de 24 horas para 30 de novembro para exigirem melhores horários, denunciando que chegam a trabalhar 14 horas por dia sem descanso, segundo fonte sindical.
"Entregámos um pré-aviso de greve, de 24 horas, para o dia 30 de novembro", disse Manuel Oliveira, do Sindicato Nacional dos Motoristas, à agência Lusa.
Em causa estão os horários de trabalho que os motoristas consideram que são sobrecarregados porque, de acordo com o sindicato, chegam a fazer 13/14 horas diárias "sem qualquer tipo de intervalo".
[notícia atualizada a 18 de novembro de 2022]
NOTA DO EDITOR: Esta notícia será atualizada consoante a convocação de novas greves ou desconvocação de paralisações anteriormente agendadas.
Sindicato diz que funcionários chegam a trabalhar (...)