18 nov, 2022 - 11:44 • Lusa
Apenas um caso de Monkeypox foi detetado em novembro em Portugal, o balanço “mais reduzido” desde o início da epidemia, segundo o Ministério da Saúde, que adverte contudo que o vírus não está erradicado e que se mantém a vigilância.
“É um balanço muito positivo, mas não significa a erradicação do vírus, pelo que se manterá a vigilância”, afirma o Ministério da Saúde num comunicado enviado esta sexta-feira às redações, a assinalar os seis meses de resposta ao surto Monkeypox em Portugal, que contabilizou até à data 948 casos.
Apesar da baixa circulação do vírus atualmente, as autoridades de saúde recomendam “fortemente a vacinação das pessoas em risco”, lembrando que a vacina se mantém com marcação prévia, mediante o cumprimento de critérios de elegibilidade.
A vacina foi disponibilizada em julho, inicialmente apenas para contactos de casos, dada a escassez do número de vacinas a nível global, e posteriormente foi sendo alargada a outras pessoas em maior risco, sendo que, até ao momento, foram vacinadas 1.190 pessoas. O Ministério da Saúde salienta que a resposta a este surto reforçou a importância da colaboração entre profissionais de saúde, associações de base comunitária, pessoas e setores mais afetados pela infeção.
Reconhecendo o contributo decisivo da sociedade civil nesta resposta, a secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e o delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo, António Carlos Silva, visitaram na quinta-feira o centro comunitário Checkpoint LX do GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos, um dos locais onde foi dado o alerta precoce para a circulação do vírus em Portugal.
A visita das autoridades de saúde foi destacada pelo GAT, afirmando, em comunicado, que “as governantes quiseram conhecer o espaço e as pessoas que estão na linha da frente da resposta comunitária” numa altura em que “o surto parece estar controlado, mas não terminado”.
O GAT refere que foi num dos seu serviços que foi rastreado o primeiro caso de Monkeypox em Portugal e que, até ao momento, os vários serviços desta organização comunitária identificaram 98 pessoas infetadas (10% do total nacional).
O Grupo de Ativistas em Tratamentos é uma das organizações não-governamentais autorizadas a fazer vacinação dos casos identificados como prioritários, tendo já inoculado, total ou parcialmente, 831 pessoas.
“Não seria possível obtermos tão bons resultados se não tivéssemos um serviço de proximidade com a comunidade mais afetada, nomeadamente o GAT Checkpoint LX, com técnicos e pares que são também homens que têm sexo com homens, o que cria um espaço de segurança e acolhimento único, sem o qual não teria sido possível chegarmos a tantas pessoas desta comunidade”, afirma Luís Mendão, ativista e fundador do GAT, citado no comunicado.
Portugal foi um dos primeiros países a detetar casos de infeção por Monkeypox.
“Tratando-se de um surto com características diferentes de situações anteriores, e que viria a tornar-se uma emergência de saúde pública de âmbito internacional, foi necessário, em Portugal e nos outros países, identificar os principais sintomas, períodos de incubação e vias de transmissão, de forma a informar e definir medidas de prevenção eficazes e interromper cadeias de transmissão”, refere o Ministério da Saúde.