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APAV apoiou quase 30 mulheres e raparigas vítimas de violência por dia em 2021

25 nov, 2022 - 23:54 • Lusa

Celebra-se esta sexta-feira, o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

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A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima apoiou em 2021 “cerca de 28 mulheres e raparigas” por dia, vítimas de crimes como violência doméstica, difamação e perseguição, entre outros, indicou a APAV esta sexta-feira.

No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, a associação divulgou o seu Relatório de Estatísticas sobre Violência Doméstica e Vítimas no Feminino, que regista 19.846 crimes de violência doméstica no ano passado.

Considerando que “o crime de Violência Doméstica deve abranger todos os atos que sejam crimes e praticados neste âmbito”, a APAV contabiliza-os quer em sentido estrito quer em sentido lato.

Segundo o relatório, a APAV atendeu naquele ano 9.275 vítimas de violência doméstica (82,3% do sexo feminino e 15,5% do masculino), cerca de 45% das quais tinha entre 26 e 55 anos.

No caso das primeiras, 618 eram crianças e jovens, 51,3% das quais tinha entre 11 e 17 anos, sendo a ameaça/coação o crime mais denunciado.

Este é igualmente o crime mais referido pelas “5.072 mulheres adultas” que recorreram à APAV (29,2% entre 36 e 45 anos), enquanto as 904 mulheres idosas (26% entre 70/74 anos) queixaram-se sobretudo de injúrias e difamação.

Os agressores são maioritariamente do sexo masculino (67%) e “em 55% dos casos a relação entre vítima e o agressor era de intimidade (22,1% entre cônjuges, 12,1% companheiros, 10,3% ex-companheiros, 4,3% ex-namorados, 4,4% ex-cônjuges e 2,1% entre namorados) “.

As estatísticas mostram uma prevalência da vitimação continuada (58%), sendo que em 28% dos casos a vítima recorreu ao apoio da APAV entre dois a seis anos após o início das agressões.

O relatório indica ainda que cerca de 80% das 9.275 vítimas de violência doméstica é de nacionalidade portuguesa, destacando-se como distritos de residência Lisboa (22%), Faro (17,5%) e Porto (13,7%).

Em 63,1% dos casos o local da prática do crime foi a residência comum entre vítima e autor e em 46,5% foi apresentada queixa às autoridades competentes, a maior parte à PSP (47,4%).

A maioria das queixas é feita por telefone (61,9%), representando o atendimento presencial 18,3%, de acordo com a associação, que assinala que em 51,3% dos casos o contacto foi feito pela vítima e em cerca de 49% por um terceiro.

A APAV registou o ano passado 5.816 crimes de ameaça/coação, 5.299 de maus tratos físicos, 4.971 de injúrias/difamação, 1.105 de perseguição, 528 de maus tratos psíquicos, 194 de natureza sexual e 57 de sequestro. São ainda referidos 941 outros crimes de violência doméstica em sentido estrito.

Em relação aos crimes de violência doméstica em sentido lato, que representam 4,71% do total, a associação contabilizou 286 casos de violação do domicílio ou perturbação da vida privada, 264 de devassa da vida privada/gravações ou fotografias ilícitas, 194 de violação de correspondência/telecomunicações, 42 crimes sexuais e 36 casos de ofensas graves à integridade física, entre outros.

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