26 nov, 2022 - 15:32 • Cristina Nascimento
As universidades e politécnicos querem aumentar o número de estrangeiros a estudar em Portugal. É um dos objetivos do consócio Universities Portugal, um projeto que tem por objetivo promover o setor lá fora.
No ano letivo passado atingiu-se o recorde de quase 70 mil estrangeiros a estudar no Ensino Superior em Portugal. Filomena Soares, vice-reitora de Universidade do Minho acredita que “ainda há lugar” para mais alunos vindos de fora, sobretudo da América Latina.
Destes 69.965 estudantes estrangeiros em Portugal, cerca de metade são brasileiros, os restantes vêm dos países de língua portuguesa e da Europa, sobretudo Espanha, França, Itália e Alemanha.
“É uma forma de captar novos públicos, tentando de alguma forma o combate a este emagrecimento demográfico que que é uma realidade”, argumenta a vice-reitora.
Filomena Soares reconhece também que há um proveito económico local, porque “vêm habitar as nossas cidades, há uma procura de tudo”, mas também para os estabelecimentos de ensino.
“Há uma anuidade o estudante internacional paga e que é superior ao que paga o estudante nacional”, diz, explicando que as propinas dos estudantes internacionais variam “entre os três mil euros e o cinco, seis mil euros”, bastante superior aos cerca de 700 euros que pagam os estudantes nacionais.
“Pode ser uma fonte de receita própria das universidades significativa”, reconhece a vice-reitora.
As principais universidades – a de Lisboa, Porto e Coimbra – são as mais procuradas pelos estrangeiros, mas Filomena Soares revela que “há manifestamente agora uma procura também pelo Minho e Aveiro, que são também áreas de eleição”.
A Universities Portugal promoveu na quinta e sexta-feira uma conferência sobre a capacidade de inclusão do Ensino Superior. Uma das realidades que se constata é que, apesar dos esforços ainda há problemas de interação dos alunos estrangeiros, sobretudo ao nível das diferenças culturais e da língua portuguesa.
Já os pontos fortes do Ensino Superior em Portugal são vários.
“Há um reconhecimento do ensino português, está bem posicionado e o povo português é acolhedor, simpático e inclusivo”, argumenta Filomena Soares, acrescentando ainda como pontos positivos a segurança do país, o nível de vida que “ainda é acessível quando comparado com outros lugares” e a riqueza cultural do país.