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Mais de metade dos casos de VIH é diagnosticado tardiamente

29 nov, 2022 - 15:54 • Diogo Camilo

Nos últimos dois anos foram registadas menos de mil infeções e número tem vindo a cair desde o início do milénio. Foram registados 415 novos casos de SIDA e 298 mortes de pessoas que viviam com o vírus da imunodeficiência humana.

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O número de casos de infeção por VIH continua a cair desde o início do milénio, mas mais de metade dos casos é diagnosticado tardiamente. Nos últimos dois anos foram registadas menos de mil infeções, que representam uma redução de 44% no número de novos casos de infeção por VIH nos últimos 10 anos.

De acordo com o relatório divulgado esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), foram registados 1.803 casos nestes dois anos, 870 dos quais em 2020 e 933 em 2021.

Entre 2012 e 2021, foi observado que em 55,4% dos casos o diagnóstico foi tardio e que a maioria (71,8%) dos casos em adolescentes e adultos registou-se em homens (2,5 casos por cada caso em mulheres) e a mediana das idades à data do diagnóstico foi de 39 anos. Em 27,6% dos novos casos os indivíduos tinham 50 ou mais anos.

Nos últimos dois anos foram registados 298 óbitos em pessoas que viviam com o vírus da imunodeficiência humana (VIH), que provoca a sida, (148 em 2020 e 150 em 2021). Em 24,5% das mortes, o tempo decorrido desde o diagnóstico foi superior a 20 anos e em 19,8% o óbito ocorreu no primeiro ano após o diagnóstico.

“Em 63,6% dos novos casos as pessoas tinham entre 25 e 49 anos e em 27,6% tinham idade igual ou superior a 50 anos. No período em análise foram notificados 4 casos de infeção VIH em crianças (2 em 2020 e 2 em 2021)”, refere a nota da DGS.

Nos anos 2020 e 2021 foram também diagnosticados 415 novos casos de SIDA, (que representam dois casos por 100 mil habitantes).

"A idade mediana mais baixa (31 anos) foi apurada em homens que têm sexo com homens (HSH), estes correspondem a 70,1% dos casos diagnosticados em indivíduos de idade inferior a 30 anos", salienta o documento conjunto da DGS e do INSA divulgado na semana em que se assinala o Dia Mundial da Luta Contra a Sida (01 de dezembro).

Segundo o relatório, a taxa de diagnóstico mais elevada registou-se no grupo etário 25-29 anos, 27,3 casos por 100 mil habitantes, em particular nos homens (45,1 casos/100 mil habitantes). .

Em 91,9% dos casos diagnosticados nestes dois anos, a transmissão ocorreu através de relações sexuais, a maioria (51,8%) por contactos heterossexuais e 40,2% em homens que têm relações sexuais com homens (HSH). Os casos em utilizadores de drogas injetadas corresponderam a 2,3% do total.

Desde 1983 até 31 de dezembro de 2021, foram identificados em Portugal 64.257 casos de infeção por VIH, dos quais 23.399 atingiram o estádio de sida e ocorreram 15.555 óbitos.

Até 31 de dezembro de 2021 foram diagnosticados e notificados, em Portugal, 633 casos de infeção por VIH em crianças com menos de 15 anos à data do diagnóstico, indica o relatório, ressalvando que 92,6% destes casos foram diagnosticados há mais de uma década e que as medidas implementadas em Portugal para a prevenção da transmissão vertical resultaram num decréscimo dos novos casos em crianças.

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