05 dez, 2022 - 08:58 • João Cunha com redação
Várias zonas de Faro estão debaixo de água, devido à chuva intensa desta manhã que está até a impedir muitos residentes a sair de casa. Na zona de São Luís, junto ao estádio do Farense, há dezenas de carros submersos.
Rogério Bacalhau, presidente do Município de Faro e também responsável pela Proteção Civil Municipal, admite que os bombeiros não chegam para os pedidos de ajuda, por isso, já houve reforço de meios da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
“Os bombeiros estão a tentar ajudar o máximo que podem, mas há um conjunto de chamadas que não conseguem responder. Embora já tenham reforços, que vieram da Proteção Civil regional, está a ser difícil”, diz à Renascença.
Joaquim Calenas, proprietário de um café na zona do Estádio de São Luís, indica que só de galochas ou descalços é que alguns residentes na zona conseguem sair de casa e que a água está a inundar habitações e comércio. “Os cafés estão cheios de água e o trânsito está caótico, pois arriscam e voltam para trás porque não conseguem passar, é um problema.”
Desde a meia-noite, a Proteção Civil Nacional registou 83 ocorrências, sendo que 49 delas ocorreram no distrito de Faro.
Os distritos de Faro e Beja estão sob aviso laranja devido à previsão de períodos de chuva ou aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de rajadas, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O aviso vai prolongar-se até às 15h00 desta segunda-feira, passando depois a amarelo até às 18h00.
Faro e Beja estão igualmente sob aviso amarelo por causa da possibilidade de trovoadas frequentes e dispersas (até às 15h00) e do vento por vezes forte do quadrante sul, com rajadas até 70 quilómetros por hora (km/h) até às 18h00.
De acordo com as previsões do Instituto citadas numa nota de domingo da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), há condições para a ocorrência de precipitação mais intensa, com acumulação entre 10 a 20 mm/1 hora, sendo o período mais crítico entre as 00h00 e as 15h00 de hoje, nos distritos de Faro e Beja, assim como a possibilidade da ocorrência de fenómenos extremos de vento.
Face às previsões meteorológicas, a ANEPC alertou para a possibilidade de ocorrência de inundações em zonas urbanas, por acumulação de água da chuva quando houver obstrução dos sistemas de escoamento.
Alertou igualmente para a possibilidade de cheias por transbordo de cursos de água, deslizamentos de terras por "instabilidade de vertentes" que podem ser potenciados pelos efeitos de incêndios florestais, arrastamento para as estradas de objetos soltos, desprendimento de estruturas móveis e formação de lençóis de água.
Na nota, a Proteção Civil recomenda a desobstrução de sistemas de escoamento, a fixação de estruturas soltas, a ter particular atenção à circulação em zonas com árvores, pela possibilidade de queda e quebra de ramos, especial cuidado junto a zonas ribeirinhas, adoção de uma condução defensiva e não atravessar zonas inundadas.