10 dez, 2022 - 19:22 • Ana Carrilho
No final do Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, o presidente deixou recados ao setor e ao Governo. Dando enfâse ao mote do encontro – FAZER – , deixou claro que é hora de passar das palavras e promessas à ação, exigindo medidas ao governo que dinamizem a atividade turística, nomeadamente, a nível fiscal.
“Temos de obrigar a que nos abram as portas, mas depois também temos de ser criativos a desenvolver os produtos”, referiu Pedro Costa Ferreira, na sessão de encerramento do congresso, que decorreu pela quinta vez nos Açores.
O líder associativo aproveitava assim as conclusões do último painel, que mostrou a pouca importância que o património cultural edificado merece, tanto da parte do Estado como da sociedade civil e cidadãos, para deixar recados ao governo, mas também às agências de viagens, em boa parte, responsáveis pelo maior ou menor sucesso dos destinos.
Para Pedro Costa Ferreira, não basta dizer que se vai facilitar a imigração com a agilização dos vistos. “Reconhecemos que é um primeiro passo, mas há que saber alojar quem chega, formar quem quer viver e trabalhar no nosso país e impedir que as redes criminosas tomem conta dos processos de imigração. Se quisermos, pelo menos, manter os preços ao nível deste ano, teremos de melhorar o serviço”, alertou o empresário.
Além disso, e enquanto não há uma nova infraestrutura aeroportuária na região de Lisboa, considera que é preciso agilizar as obras no Aeroporto Humberto Delgado, de forma a receber um número crescente de turistas.
Reafirmando o pedido feito logo na abertura do Congresso, o presidente da APAVT considera que sem este primeiro passo “é difícil perceber como se vai gerir a pressão turística se não se cuidar de um hub (de Lisboa), que representa a melhor arma de penetração dos mercados de longa distância e permitem trabalhar para além do verão, ganhando e consolidando novos territórios turísticos”.
A fiscalidade sobre o trabalho foi outro dos temas abordados durante os trabalhos e Pedro Costa Ferreira lembrou que a associação há muito tempo que defende uma redução acentuada da carga fiscal. “Enquanto isso não acontecer, impediremos o elevador social, afastaremos ou teremos muita dificuldade em reter o talento”.
Ainda que à distância, também a secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores participou na sessão final para lembrar as potencialidades do arquipélago, primeiro e único certificado como destino sustentável a nível mundial.
Berta Cabral lembrou os vários prémios que a região tem recebido e o potencial de crescimento dos Açores, com novos produtos turísticos que estão a ser estruturados e que podem reduzir a sazonalidade. Por exemplo, os Açores recebem cada vez mais eventos e congressos (nacionais e internacionais) fora da época alta. A maior parte realizam-se em S. Miguel (Ponta Delgada) e Terceira (Angra do Heroísmo), onde há infraestruturas – nomeadamente hoteleiras – suficientes para receber centenas de pessoas.
Com uma plateia de agentes de viagens, a secretária de Turismo dos Açores lembrou que há nove ilhas e sempre novas experiências e emoções para viver.
O próximo congresso da APAVT realiza-se em 2023 no Porto.