13 dez, 2022 - 08:31 • Olímpia Mairos , Cristina Nascimento , Joana Azevedo Viana , Susana Madureira Martins , Liliana Monteiro , Maria João Costa , João Cunha , Anabela Góis , Manuela Pires , Celso Paiva Sol
A Proteção Civil registou desde as 00h00 desta terça-feira mais de 2.600 ocorrências, sobretudo relativas a inundações, grande parte no distrito de Lisboa.
A capital continua sob aviso vermelho devido à chuva intensa e, apesar de relativa acalmia durante algumas horas esta manhã, as previsões são de que o tempo vai voltar a piorar, com risco de cheias e inundações em toda a Grande Lisboa, sobretudo em zonas ribeirinhas.
Ao início da tarde desta terça-feira, a Proteção Civil colocou 17 distritos em estado especial de nível laranja. Só o distrito de Bragança não está abrangido. Horas depois, a situação meteorológica melhorou e os distritos de Lisboa e de Setúbal deixaram de estar em aviso laranja e passaram a aviso amarelo, confirmou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) à Renascença.
Dados atualizados à Renascença, revelam que desde a meia noite já foram registadas 2.616 ocorrências em todo o país. 57% desse total, quase 1.500, foram registadas no distrito de Lisboa. Seguem os distritos de Setúbal com 384 situações de emergência, Portalegre com 169, e Santarém com 150.
As inundações são 70% do total de ocorrências, seguidas de 244 quedas de árvores, 179 deslizamentos de terras, e 161 quedas de estruturas.
A Infraestruturas de Portugal disponibiliza informação na internet sobre as estradas encerradas ou condicionadas em todo o país. Veja aqui.
Pelas 14h10, de acordo com a Câmara Municipal, continuavam encerradas as seguintes estradas e acessos a Lisboa:
O estado do tempo deverá agravar-se a partir das 13h00/14h00 e até às 18h00, avisou o comandante nacional da Proteção Civil em conferência de imprensa ao incío da tarde.
Face às previsões de chuva forte, 17 distritos foram colocados sob alerta especial laranja, indicou o comandante André Fernandes.
Uma viatura ficou hoje soterrada e os seus dois ocupantes tiveram de ser hospitalizados na sequência de um aluimento de terras no Itinerário Complementar 17-CRIL, onde apenas se circula no sentido Algés-Sacavém, informou fonte policial. O estado de saúde das vítimas não é conhecido.
O presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) alertou pelas 9h30 que, apesar da relativa acalmia sentida nas últimas horas, o tempo vai voltar a piorar na Grande Lisboa.
"Dentro de poucas horas vamos voltar a ser atingidos pelo sistema meteorológico ativo, e pode gerar mais uma vez precipitação e até convexão”, avisou Miguel Miranda, reforçando os apelos a todos para que fiquem em casa.
A Proteção Civil acionou o Plano de Emergência para as cheias na Bacia do Tejo, que coloca os vários municípios ribeirinhos do distrito de Santarém em estado de prontidão para a ocorrência de cheias.
Oito pessoas foram colocadas no centro de acolhimento temporário criado pelo município de Loures na sequência do mau tempo da semana passada.
Durante a noite as suas casas ficaram "sem condições de habitalidade", adiantou o presidente da Câmara, Ricardo Leão.
Na zona de Alcântara, 22 pessoas foram resgatadas pelas autoridades, mas apenas uma foi levada para o hospital, de acordo com a Proteção Civil.
"Dezasseis pessoas foram retiradas das suas habitações e seis do Pingo Doce na Rua Rodrigues Faria cerca das 5h30 da manhã", indicou Davide Amado, presidente da junta de freguesia de Alcântara.
A freguesia de Benfica, pela segunda vez no espaço de uma semana atingida pelo mau tempo, já contabilizava um milhão e 200 mil euros de prejuízos após o temporal da passada quarta-feira.
A embaixada do México foi uma das zonas mais atingidas da freguesia, com vários carros submersos e habitações danificadas, adiantou o presidente da junta de freguesia à Renascença.
Cinco pessoas ficaram desalojadas e várias casas e estabelecimentos comerciais ficaram inundados no concelho de Odivelas, na sequência do mau tempo, adianta o presidente da Câmara da Municipal, Hugo Martins.
“Temos uma família que se encontra a ser acompanhada, alimentada e cuidada num pavilhão municipal. É uma família cuja habitação voltou a sofrer de cheias e que tinha sido vítima na anterior situação de quarta para quinta-feira”, referiu o autarca socialista à Lusa, pelas 11h40, num ponto de situação sobre o mau tempo em Odivelas.
A família, composta por um casal e três filhos menores, é residente no bairro da Quinta da Várzea, no Olival Basto, e encontra-se realojada no Pavilhão Polivalente de Odivelas, local para onde têm sido reencaminhadas todas as pessoas que necessitam de realojamento temporário.
As cheias não se ficaram pelo concelho de Lisboa. Na Amora, concelho do Seixal, do outro lado do rio Tejo, quatro casas inundaram na zona do Muxito, entre a Cruz de Pau e a baixa de Corroios, deixando 17 pessoas desalojadas.
Várias casas ficaram alagadas bem como a baixa de Cascais, com o autarca Carlos Carreiras a confirmar à Renascença que choveu mais do que na passada quarta-feira, no último temporal a atingir a Grande Lisboa.
A derrocada de uma casa deslizou totalmente para a estrada mesmo na zona de Monte Mor. Também a queda de uma árvore de grandes dimensões impede a circulação na estrada de acesso ao Colégio Monte Maior. As ribeiras estão cheias, algumas no limite de transbordar.
A Baixa de Algés, no concelho de Oeiras, está esta terça-feira de manhã “intransitável” devido às fortes chuvas registadas durante a noite.
Estão também intransitáveis “a Avenida Marginal entre o Dafundo e Algés, a estrada 117, que liga Queluz de Baixo a Carnaxide, e a EN250 entre Barcarena e Queijas”, indica o município numa nota divulgada na sua página da rede social Facebook, pedindo que os condutores tenham “a máxima cautela nas demais estradas do concelho”.
À Renascença uma morada refere que a situação é mais grave do que a que se verificou há uma semana, com “um metro de água dentro do prédio” às 4 horas da manhã.
A circulação em várias vias e troços das Linhas do Norte, Sintra e de Cascais está suspensa devido ao mau tempo que está a afetar o distrito de Lisboa com chuvas fortes, segundo a Infraestruturas de Portugal (IP).
Antes das 9h a estação de Carcavelos encontrava-se alagada, o comboio estava parado com gente dentro, sem previsões quanto à hora em que vai partir.
A circulação esteve suspensa na linha de Cascais devido à queda de uma barreira entre Paços de Arcos e Caxias. Fonte da CP - Comboios de Portugal confirmou à Renascença que a circulação na linha de Cascais foi retomada às 10h20.
Fonte da IP adiantou ainda à Lusa que na Linha do Sul, devido a um aluimento de terras ao quilómetro 10,100, foi suspensa a circulação na via ascendente entre Pragal e Corroios.
“A circulação em ambos os sentidos está a ser feita pela via descendente”, segundo a IP, pelas 11h30. A “circulação nas vias A e D lentas entre Sacavém-Bobadela Sul e Alverca, mantendo-se interditas as vias A e D rápidas”.
De acordo com a fonte, foi igualmente restabelecida a circulação ferroviária entre Campolide e Alcântara-Terra.
Foi também restabelecida na Linha de Sintra a circulação pela via descendente entre Benfica e Campolise com limite de velocidade de 30 quilómetros por hora (km/h) entre os km 3,500 e 3,300, mantendo-se suspensa a circulaçao na via ascendente.
Anteriormente a IP adiantou que a circulação na Linha do Norte já tinha sido restabelecida em duas das quatro vias entre Sacavém-Bobadela Sul e Alverca, mantendo-se interditas as outras duas vias devido a inundação.
A Proteção Civil registou quase 700 ocorrências fora da Grande Lisboa desde esta madrugada.
Oito pessoas ficaram desalojadas nos concelhos de Pombal e Estremoz. O concelho de Campo Maior está a equacionar a ativação do Plano Municipal de Emergência. Leia mais
A Autoridade Nacional de Emergência à Proteção Civil apelou esta manhã à população para que “tome precauções redobradas, restrinja ao máximo a sua movimentação ao estritamente necessário e siga as indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança”.
No ponto de situação feito pela Proteção Civil, o comandante nacional André Fernandes adiantou que várias artérias da Grande Lisboa estão intransitáveis. Não há vítimas a lamentar até ao momento. E segundo o responsável da Proteção Civil “até agora, em Lisboa, as autoridades têm conseguido dar resposta”.
O comandante nacional alertou para os fortes condicionamentos de trânsito nos acessos a Lisboa, com inundações e lençóis de água que já obrigaram ao corte de dezenas de vias.
Dezenas de estradas na Grande Lisboa estão cortadas devido à chuva forte que cai desde a madrugada. Os acessos estão encerrados ao trânsito por precaução.
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Uma noite de chuva forte provocou centenas de ocor(...)
[atualizado às 18h28]