14 dez, 2022 - 11:01 • Olímpia Mairos , Manuela Pires , Rosário Silva
As famílias mais vulneráveis vão receber apoio extraordinário de 240 euros, a ser pago ainda este mês de dezembro, para fazer face ao aumento dos preços e à inflação. O anúncio foi feito por António Costa à revista Visão.
A medida vai abranger um milhão de famílias mais vulneráveis. E segundo o primeiro-ministro, o apoio extraordinário
começará a ser pago a partir de 23 de dezembro, em prestação única, pela
Segurança Social, "juntamente com a prestação normal, até ao final do
ano".
A prestação será paga a todas as famílias que já são abrangidas pela tarifa especial de eletricidade ou que recebem sociais prestações mínimas, como o complemento solidário para idosos, o rendimento social de inserção, a pensão social de invalidez do regime especial de proteção na invalidez, o complemento da prestação social para a inclusão, a pensão social de velhice e o subsídio social de desemprego.
A medida, que implica a distribuição de um total de 240 milhões de euros, deverá ser aprovada em reunião do Conselho de Ministros na quinta-feira, indicou Costa.
“Esta semana, o Conselho de Ministros vai aprovar um outro aumento, para as famílias mais vulneráveis, de uma prestação extraordinária de 240 euros, que corresponde a um esforço muito grande, tendo em conta aquilo que foi a evolução da inflação neste segundo semestre”, revelou o chefe do Governo.
“A inflação é muito desigualitária nos seus efeitos”, argumentou o líder do executivo, salientando que “os preços têm subido para todos”, mas nem todos têm “a mesma capacidade de acomodar a subida dos preços”.
Numa primeira reação, a Iniciativa Liberal (IL) defende que este apoio extraordinário seja atribuído apenas às famílias mais carenciadas.
Um anúncio que, porém, não está livre de críticas. O deputado Rui Rocha aproveita para questionar António Costa.
“Gostaria de perguntar ao senhor primeiro-ministro se ao fim de sete anos de governação, se se sente bem em ter no país um milhão de pessoas que carecem deste tipo de apoio, que não têm outros meios que lhes permitam enfrentar a sua vida corrente e normal”, argumenta.
A IL conclui que esta situação “traduz um falhanço” da governação socialista”.
“Os governos do PS não foram capazes de reverter uma situação de pobreza estrutural, que persiste e resiste a qualquer medida que até à data o PS tomou”, conclui Rui Rocha.
O presidente do Chega considera positivo o apoio extraordinário de 240 euros para um milhão de famílias, mas defende que a "classe média" também deve ser contemplada.
Em declarações aos jornalistas no Parlamento, André Ventura afirmou que “todo o apoio que vier do Governo para as famílias nesta altura é um apoio positivo”, mas criticou os critérios definidos para a distribuição.
“Até agora sabemos que estes 240 euros serão atribuídos a quem tenha prestações mínimas ou beneficie da tarifa social da eletricidade. Este é um mau critério, nós temos muita família da classe média neste momento com dificuldades em pagar a prestação da casa ou o cabaz familiar”, considerou.
[notícia atualizada às 18h00]