17 dez, 2022 - 14:20 • Diogo Camilo e Lusa
A Direção-Geral de Saúde (DGS), o Infarmed e o Ministério da Saúde esclareceram este sábado que os casos de miocardite e pericardite após a vacinação contra a covid-19 com vacinas da Pfizer ou Moderna “podem ocorrer muito raramente”.
A nota conjunta foi dada depois da DGS ter recomendado na quinta-feira atenção aos sintomas destas doenças em crianças, nos primeiros 14 dias após uma nova vacinação contra a covid-19. Ao todo, segundo a Agência Europeia do Medicamento (EMA), foram registados na União Europeia 901 casos de miocardites e pericardites em crianças entre os 5 e os 11 anos vacinadas contra a covid-19 com a vacina da Pfizer e 106 nos inoculados com a da Moderna.
Em comunicado, os organismos salientam que aquelas doenças inflamatórias "são complicações conhecidas da covid-19 e ocorrem com maior frequência após a infeção covid-19 em comparação com a ocorrência observada após a vacinação".
Segundo o texto, na União Europeia (UE) foram vacinadas 16,1 milhões de crianças com vacinas da marca Comirnaty® [da Pfizer] e 34,1 milhões da marca Spikevax® [da Moderna], sendo que "não foram identificados casos de miocardite em crianças entre os 6 meses a 4/5 anos de idade". Ou seja, os casos representam 0,002% de todas as crianças vacinadas.
A miocardite e a pericardite são doenças inflamatórias do coração que se manifestam geralmente por falta de ar, dor no peito e batimento cardíaco intenso que pode ser irregular (palpitações).
"Os casos referidos pelo Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância [da Agência Europeia de Medicamentos] foram observados maioritariamente nos 14 dias subsequentes à vacinação, mais frequentemente após a segunda dose e em jovens adultos do sexo masculino", lê-se na mesma nota informativa.
No comunicado, as três entidades referem que "de acordo com os dados disponíveis, o desenvolvimento de miocardite e pericardite após vacinação segue um perfil clínico típico, geralmente com melhoria após descanso ou tratamento".
O texto explica que "os grupos elegíveis para reforço sazonal na Campanha de Vacinação contra a covid-19 do outono-inverno 2022-2023, entre os quais as crianças com pelo menos uma das patologias de risco definidas" pela DGS, "são definidos em função do risco para doença grave, hospitalização e morte por covid-19 de acordo com uma estratégia de vacinação de proteção de vulneráveis".