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Mau tempo: Proteção Civil alerta para agravamento nas próximas 48 horas e perigo de inundações

18 dez, 2022 - 16:38 • João Carlos Malta

Chuvas fortes, rajadas de vento que podem chegar aos 90 km/h podem levar a novas inundações nas cidades, rios a transbordar e deslizamento de terras.

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O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) alertou hoje para o agravamento das condições meteorológicas nas próximas 48 horas, prevendo "precipitação persistente, vento e agitação marítima".

No aviso à população, o IPMA adianta previsões de "precipitação persistente e por vezes forte a partir da manhã de segunda-feira nas regiões Norte e Centro, com o período mais crítico entre as 21:00 do dia 19 e as 06:00 do dia 20, em especial nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto, e entre as 00h00 e as 06h00 de terça-feira nos distritos de Vila Real, Viseu, Aveiro e Coimbra".

O mesmo instituto não exclui a possibilidade de "excluir precipitação por vezes forte e persistente nos restantes distritos (menos provável na região Sul)".

Esperam-se ainda ventos com rajadas de 75 Km/h e 80/90 Km/h. Pode ainda vir a verificar-se agitação marítima forte com ondulação de sudoeste de 4 a 5metros na costa ocidental a partir das 3h00 de segunda-feira e a manter-se previsivelmente até 03h00 de terça-feira.

Em função das condições meteorológicas presentes e previstas, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil afirma que é expectável a ocorrência de inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais por obstrução dos sistemas de escoamento.

É ainda previsível que haja ocorrência de cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil afirma ainda que pode existir instabilidade de vertentes, conduzindo a movimentos de massa (deslizamentos, derrocadas e outros) motivados pela infiltração da água, podendo ser potenciados pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais, ou por artificialização do solo.

Por fim, pede-se à população que tenha atenção ao arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, ou ao desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito de episódios de vento forte, que podem causar acidentes com veículos em circulação ou transeuntes na via pública. O piso rodoviário deverá estar escorregadio e formação de lençóis de água.

A ANEPC recorda que o eventual impacto destes efeitos pode ser minimizado, sobretudo através da adoção de comportamentos adequados, pelo que, e em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, se recomenda a observação e divulgação das principais medidas de autoproteção para estas situações, nomeadamente:

  • Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas; − Não se expor às zonas afetadas pelas cheias;
  • Garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas;
  • Ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte;
  • Ter especial cuidado na circulação junto a zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a fenómenos de transbordo dos cursos de água, evitando a circulação e permanência nestes locais;
  • Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água nas vias;
  • Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
  • Não praticar atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos da orla marítima;
  • Estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança.

A ANEPC de acordo com a informação disponibilizada pela APA, podem ocorrer variações significativas dos níveis hidrométricos nas zonas historicamente mais vulneráveis:

  1. Bacia do Minho - aumento significativo das afluências com impacto na 3.ª feira (20 de dezembro), em especial em Caminha, Monção e Valença;
  2. Bacia do Lima - aumento significativo das afluências com impacto amanhã (19 de dezembro) e depois (20 de dezembro), em especial em Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Ponte de Lima;
  3. Bacia do Cávado – aumento significativo das afluências e possibilidade de descargas das barragens de Caniçada e Salamonde, com impacto amanhã (19 de dezembro) e depois (20 de dezembro) em Braga e Barcelos
  4. Bacia do Ave - aumento significativo das afluências com impacto terça-feira (20 de dezembro), em especial em Santo Tirso; − Bacia do Douro - aumento significativo das afluências incluindo nas sub-bacias dos rios Tâmega e Sousa, com impacto em especial terça-feira (20 de dezembro) em Amarante e Paredes e consequentemente na foz do Douro (podendo agravar com o efeito da maré);
  5. Bacia do Mondego - aumento significativo das afluências com impacto terça-feira (20 de dezembro), incluindo sub-bacias dos rios Ceira e Arunca;
  6. Bacia do Vouga - aumento significativo das afluências com impacto terça-feira (20 de dezembro), em especial em Águeda; − Nas bacias urbanas e em particular naquelas em que se faça sentir o efeito de maré, não é de excluir a possibilidade de inundações nas zonas historicamente vulneráveis, conjugando o efeito da forte agitação marítima.
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