19 dez, 2022 - 19:18 • Lusa
O Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) vai convocar uma greve parcial que deverá decorrer a partir de 03 de janeiro e durante toda a primeira semana de aulas.
Em nota enviada à Lusa, o SIPE explica que a paralisação, contra algumas propostas do Governo para a revisão do regime de recrutamento e mobilidade, é apenas ao primeiro tempo de aulas de cada docente.
"Nunca aceitaremos a contratação direta pelas escolas, a vinculação direta em quadros de agrupamento pelos agrupamentos, nem colocação na mobilidade interna através da análise do perfil de competências feito por um conselho de diretores", sublinha a presidente do sindicato, citada na nota.
Sobre as características da greve, Júlia Azevedo explica que "assenta numa base de cooperação", com um custo reduzido para os docentes, mas impacto no funcionamento das escolas, uma vez que os professores estarão em greve em diferentes momentos.
Além das alterações ao regime de recrutamento e mobilidade, que está atualmente em fase de negociação entre o Ministério da Educação e as estruturas sindicais, o SIPE exige também a abertura de processos negociais sobre outros temas.
Entre as questões que quer discutir com a tutela, o sindicato refere o fim das vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões da carreira, a recuperação integral do tempo de serviço e o regime de mobilidade por doença.
"As políticas do Governo e do Ministério da Educação estão a esvaziar o setor da educação em Portugal. A falta de professores é consequência dessas mesmas políticas, que, cada vez mais afastam os docentes da carreira e comprometem a entrada de novos professores, simplesmente porque não é atrativa", afirma Júlia Azevedo.
Esta é a segunda greve de professores confirmada para o mês de janeiro, além da greve por tempo indeterminado convocada pelo Sindicato de Todos os Professores, que decorre desde o dia 09 de dezembro e vai prolongar-se durante todo o próximo mês.
Na semana passada, oito sindicatos, incluindo o SIPE, ameaçaram convocar uma outra greve, se o Ministério da Educação não recuar em algumas das propostas para a revisão do modelo de recrutamento e mobilidade. Nesse caso, trata-se de uma paralisação por distritos, ao longo de 18 dias, a partir de 10 de janeiro.