20 dez, 2022 - 17:17 • Manuela Pires , Rosário Silva
A presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF) defende a revisão dos preços dos medicamentos para travar a escassez de alguns fármacos.
Ouvida esta tarde na Comissão Parlamentar de Saúde, a pedido do Chega, Ema Paulino pediu alterações à lei, para que possa permitir aumentar o preço dos medicamentos.
“Claramente, há aqui uma necessidade de revisão no preço dos medicamentos, o que não acontece desde 2003”, afirmou.
“Haver uma legislação que apenas permite a redução de preços é um problema para a acessibilidade aos medicamentos por parte dos portugueses”, uma vez que “inviabiliza alguns medicamentos que estão no mercado e, inviabilizando esses medicamentos, as alternativas que existem são mais caras”, alertou a presidente da ANF.
Esta posição coincide com a posição da Ordem dos Médicos, que também defende o aumento do preço dos medicamentos para combater a escassez nas farmácias e nos hospitais.
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Questionada sobre a falta de medicamentos como o Paracetamol ou o Ibuprofeno, Ema Paulino refere que são casos pontuais.
“Não são falhas de medicamentos que sejam continuas. Tem havido capacidade de reposição. Pode haver é escassez em alguns momentos e as pessoas não encontrarem os medicamentos de que necessitam, mas não é de uma forma transversal”, respondeu.
Segundo a presidente da ANF, há vários anos que o país se debate com escassez de alguns medicamentos. Por outro lado, revelou, atualmente os funcionários das farmácias passam a maior parte do seu tempo a tentar encontrar os medicamentos noutros locais para satisfazer as necessidades dos seus clientes.
“Os pedidos que nós enviamos eletronicamente aos armazenistas e que deviam devolver os medicamentos solicitados, uma percentagem significativa deles vem em falta e, depois, é através de contatos telefónicos, com alguma insistência junto da cadeia de abastecimento e dos produtores que conseguimos ir gerindo as necessidades dos nossos utentes de uma forma transversal”, esclareceu Ema Paulino.