26 dez, 2022 - 09:00 • Filipa Ribeiro com redação
Este ano foi pior que o anterior no campo ambiental. A conclusão é da Associação Zero que apresenta, nesta segunda-feira, um balanço do ano que está quase a terminar.
De acordo com o presidente da Zero, a seca e as dificuldades na resposta às cheias são os dois pontos que mais pesam na comparação com o ano passado.
“2022 foi um ano mais negativo em comparação com 2021” disse à Renascença Francisco Ferreira.
"Tivemos o reflexo da situação da seca e tivemos o reflexo de não estarmos preparados para lidar depois com uma situação contrastante no que respeita às cheias que, continuamente se verificaram e que tem a ver com não apenas as alterações climáticas, mas acima de tudo, o não estarmos preparados do ponto de vista do ordenamento do território, e das infraestruturas que temos para lidar com este excesso de precipitação."
Entre os pontos negativos, está também a decisão do governo de juntar as áreas de Energia e do Ambiente na mesma secretaria de Estado.
“Do ponto de vista da energia, queremos realmente que esse processo avance, mas de forma sustentável e, por isso mesmo, há restrições ambientais que deverão ser tidas em conta”, advertiu Francisco Ferreira, que considerou que “esse equilíbrio não se está a atingir porque é a mesma secretaria de Estado que acaba por ter de opinar sobre dois interesses que são extremamente conflituantes.”
Por isso, a separação da Energia e do Ambiente em secretarias de estado diferentes é um dos desafios propostos pela Zero para 2023.
A associação ambientalista apresenta, contudo, cinco pontos positivos.
Nos positivos, está a antecipação da meta nacional de ter 80% de energias renováveis na eletricidade para 2026 e a entrada em vigor das taxas sobre as embalagens de plástico para take away.
Também para o próximo ano, a associação ambientalista espera que, a nível europeu, seja mantida a coerência nas áreas que estão ainda a ser negociadas no pacto ecológico europeu e na forma como se lida com as questões energéticas, tendo em conta o estado de emergência causado pela guerra na Ucrânia.