27 dez, 2022 - 15:52 • Lusa
O Presidente da República disse esta terça-feira que “tudo deve ser feito” para que aquilo que aconteceu em matéria de incêndios este ano não se repita, referindo que há problemas que vêm de trás e que têm de ser mudados.
“Vamos trabalhar para que não possa suceder mais o que sucedeu este ano. Deve ser tudo feito para não voltar a acontecer e vamos trabalhar nisso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na chegada a Murça, no distrito de Vila Real, concelho que no Verão foi fustigado pelos incêndios.
Num dia dedicado a este distrito do norte do país, o chefe de Estado, acompanhado do ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, disse que estão a ser retiradas lições sobre como prevenir antes que aconteça e como ter respostas mais rápidas, coordenadas e eficazes para poupar “momentos menos dolorosos”.
Ainda antes de cumprimentar os bombeiros que o aguardavam, o Presidente da República foi abordado por dois homens que, exaltados, consideraram uma “vergonha” o mesmo visitar agora o concelho e não na altura do fogo de julho.
“Todos estamos conscientes de que houve coisas que não correram bem”, respondeu.
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Marcelo Rebelo de Sousa frisou que as coisas não correram bem porque há problemas que vêm de “muito trás” e que têm que ser mudados.
No entanto, acrescentou, umas coisas demoram anos a mudar, apontando a título de exemplo o ordenamento da floresta, e outras são mais rápidas.
O Presidente da República aproveitou ainda o momento para, em nome de todos os portugueses, agradecer o trabalho, esforço e empenho dos bombeiros.
“Todos foram heróis, mas alguns dos heróis mais importantes foram os bombeiros”, ressalvou.
O fogo que deflagrou em julho, em Murça, terá consumido mais de 10.000 hectares em três concelhos do distrito de Vila Real, nomeadamente em Murça, Vila Pouca de Aguiar e Valpaços, para onde se estendeu, revelou, na altura, o presidente de Murça, Mário Artur Lopes.
“Mais de metade do concelho de Murça foi atingido por este incêndio”, afirmou o autarca.
Foi a sair da aldeia que um casal, com 69 e 72 anos, morreu, depois do carro onde seguia ter caído numa ravina.
Foram encontrados já mortos numa área queimada pelo incêndio.