05 jan, 2023 - 07:02 • João Cunha , Olímpia Mairos
Três dos oito feridos que deram entrada esta quinta-feira no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, na sequência do incêndio num prédio da Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, em Campolide, estão com prognóstico reservado.
Fonte hospitalar citada pela agência Lusa indicou que três adultos receberam tratamento na câmara hiperbárica, encontrando-se em estado crítico, com prognóstico reservado e ventilados. Uma criança também passou pela câmara hiperbárica e encontra-se estável.
Estes quadros clínicos resultaram da inalação de monóxido de carbono.
O incêndio num prédio de 10 andares na Avenida Columbano Bordalo Pinheiro causou um total de18 feridos, seis dos quais em estado grave.
O incêndio começou no rés-do-chão propagando-se aos restantes andares. Os
cinco primeiros pisos são de escritórios e os restantes de habitação.
As pessoas não conseguiram sair do
prédio devido ao fumo produzido pelas chamas que começaram nas cablagens de eletricidade
que distribuem a energia elétrica para os andares superiores. Os feridos graves são pessoas que ficaram presas no elevador durante algum tempo até que fossem resgatadas pelos bombeiros.
À Renascença, António Antunes, dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, explicou que o incêndio provocou das 18 vítimas, 14 foram transportadas para o Hospital de Santa Maria e quatro receberam tratamento do INEM no local.
Segundo o comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, o prédio não tem neste momento condições de habitabilidade, por ter ficado sem eletricidade e gás, tendo os desalojados sido já reencaminhados pelos serviços de proteção civil municipal.
No local estiveram 87 operacionais, entre elementos dos Sapadores de Bombeiros, Polícia Municipal, Bombeiros Voluntários de Lisboa, proteção civil, PSP e Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), com o apoio de 40 veículos.
A alerta para o incêndio foi dado às 2h15 e as chamas foram extintas pelas 4h20.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, deslocou-se esta manhã ao local do incêndio, depois de ter recebido um alerta dos bombeiros, por volta das 4h00.
O autarca quis, desde logo, agradecer o trabalho que foi desenvolvido: “Estiveram aqui a noite toda, 87 operacionais durante a noite aqui a trabalhar. Foi uma situação muito difícil, porque é um edifício que é complicado. Tem uma parte que é de escritórios, mas depois, por cima tem uma parte residencial e com acessos complicados e, portanto, nós tivemos uma situação que exigiu um profissionalismo que é típico, temos dos melhores bombeiros da Europa e são pessoas de uma dedicação incrível e conseguimos resolver a situação."
“Obviamente, temos pessoas que estão no hospital e eu quero ver como é que as famílias estão, mas as situações estão resolvidas”, acrescentou.
Moedas deixou ainda garantias quanto ao realojamento das pessoas, adiantando que a solução vai ser encontrada em conjunto com a Santa Casa da Misericórdia.
“As situações são acompanhadas, ninguém fica sem teto em Lisboa. Vamos resolver as situações. Eu penso que algumas situações já estão resolvidas do ponto de vista familiar, mas vamos resolver, estamos aqui para ajudar e é por isso que eu estou aqui no terreno”, assegurou.
O presidente da Câmara de Lisboa aproveitou, ainda, para apelar às pessoas para não usarem os elevadores em situações de incêndio.
“Eu deixaria um apelo também às pessoas nesse sentido, em situações como esta, não entrem no elevador, só pelas escadas, nunca entrem no elevador quando há um fogo, é uma regra de segurança essencial”, reforçou.