06 jan, 2023 - 15:31 • Lusa
Várias estruturas artísticas e estruturas representativas dos trabalhadores da Cultura convocaram um "Protesto pelas Artes" para quarta-feira, junto à Assembleia da República, em Lisboa, onde nesse dia é ouvido o ministro do setor.
"Face aos mais recentes resultados dos apoios sustentados da Direção-Geral das Artes 2023-2026, que uma vez mais evidenciam o insuficiente investimento público no Apoio às Artes, convocamos a participação de todes/as/os no "Protesto pelas Artes", dia 11, pelas 8h30, em frente à Assembleia da República", lê-se num comunicado divulgado pela Ação Cooperativista, de apoio a profissionais da Cultura e das Artes, assinado por cerca de 70 estruturas artísticas e estruturas representativas dos trabalhadores.
Entre as estruturas artísticas estão os Artistas Unidos, o Ballet Contemporâneo do Norte, a Companhia Clara Andermatt, a Escola de Mulheres, a Filandorra - Teatro do Nordeste, a Plataforma 285, o Teatro Ibérico e o Teatro Nacional 21.
Já entre as estruturas representativas dos trabalhadores que assinam o comunicado estão a Associação de Artistas Visuais em Portugal (AAVP), a Plateia - Associação de Profissionais das Artes Cénicas e a REDE - Associação de estruturas para a Dança Contemporânea.
O "Protesto pelas Artes", para o qual é sugerido que "todos vistam de preto e levem um lenço de cor, exceto branco", foi convocado para meia hora antes do início da audição do ministro Pedro Adão e Silva na comissão parlamentar de Cultura, marcada para as 9h00.
Segundo informação disponível no site do Parlamento, a audição de quarta-feira será dividida em duas partes: Na primeira, o ministro será ouvido sobre os concursos de apoio sustentado às artes 2023/2026, na sequência de requerimentos apresentados pelo PSD, PCP e BE. A segunda parte será uma audição regimental.
Os concursos do Programa de Apoio Sustentado 2023/2026 têm sido contestados por várias associações representativas do setor da Cultura, tendo dado origem a vários apelos ao ministro da Cultura e a abaixo-assinados.
Quando abriram as candidaturas, em maio do ano passado, os seis concursos tinham alocado um montante global de 81,3 milhões de euros.
Em setembro, o ministro da Cultura anunciou que esse valor aumentaria para 148 milhões de euros. No entanto, esse reforço abrangeu apenas a modalidade quadrienal dos concursos. Na altura, o ministro referiu que tinha havido uma grande transferência de candidaturas da modalidade quadrienal para a bienal.
Em novembro, porém, quando a DGArtes começou a divulgar os resultados provisórios dos seis concursos, estes começaram logo a ser contestados, nomeadamente por não se verificar a migração de candidaturas de uma modalidade para a outra e haver uma grande assimetria entre as duas modalidades.
Conhecidos os números, ficou patente que cerca de metade das estruturas elegíveis para apoio, na modalidade bienal, o perdeu por falta de recursos financeiros, e a quase totalidade das candidaturas elegíveis, na quadrienal, obteve apoio.