03 jan, 2023 - 15:01 • Rosário Silva
No final de 2022 já se sabia que o novo ano traria novas greves e em vários setores. Anteveem-se transtornos e os próximos meses não vão ser fáceis para milhares de portugueses.
A Renascença dá uma pequena ajuda, com um calendário das datas e serviços que vão ser afetados nos próximos tempos pelas diversas paralisações.
Os tripulantes da companhia aérea TAP anunciaram, no final do ano, que mantêm a intenção de convocar novas greves até ao final de janeiro, mas ainda não foram anunciadas datas para estas paralisações.
Convocada pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça, a paralisação decorre por tempo indeterminado, a partir de 10 de janeiro, no horário das 13h30 à meia-noite. Os oficiais de justiça estão cansados de promessas e falam numa situação "dramática de falta de funcionários" e reclamam o descongelamento das promoções.
No Parlamento, em novembro, na discussão na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2023, a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, reconheceu a falta de oficiais de justiça e comprometeu-se a sanar a situação.
Depois de um mês de dezembro já com greves, o Sindicato de Todos os Professores – STOP avançou cum um pré-aviso de greve para o período de 3 a 14 de janeiro.
A paralisação foi convocada após o Ministério da Educação ter proposto às estruturas sindicais a criação de procedimentos municipais de colocação de professores, que passariam pela distribuição por escolas ser feita por conselhos locais de diretores, em função dos perfis dos docentes.
Também o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) marcou uma greve ao primeiro tempo de cada docente, para todos os dias de 3 a 13 de janeiro. Assim como o STOP, não aceita a contratação direta pelos Agrupamentos, sem ser por graduação profissional.
Para o dia 14 de janeiro (sábado) está agendada uma Marcha pela Escola Pública, em Lisboa.
Também Federação Nacional dos Professores (Fenprof), uma das principais organizações sindicais do setor, decidiu retomar as greves ao trabalho e às horas extraordinárias, que tinham sido iniciadas em 24 de outubro.
Para esta terça-feira está também agendada uma concentração, organizada pela Fenprof, em frente ao Ministério da Educação, para a entrega de um abaixo-assinado, subscrito por cerca de 43 mil professores, contra a possibilidade de diretores ou entidades locais contratarem docentes. Em articulação com outros sete sindicatos, a Fenprof convocou também uma greve por distritos, durante 18 dias entre 16 de janeiro e 8 de fevereiro.
Para o dia 14 de janeiro (sábado) está agendada uma Marcha pela Escola Pública, em Lisboa.
Antes, de 10 a 13 de janeiro, haverá um acampamento de três dias junto ao Ministério da Educação. É um protesto contra medidas que o Ministério da Educação pretende implementar, por exemplo, ao nível do regime de concursos de professores.
Segundo a Fenprof, é uma “forma de protesto e luta, mas também
demonstração de disponibilidade para a negociação”.
O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) está em greve ao trabalho extraordinário e em dia de descanso entre a meia-noite de 3 de janeiro e as 23h59 de 6 de janeiro, sendo que entre as 00h00 de 4 de janeiro e as 23h59 de 5 de janeiro os trabalhadores das categorias representadas pelo SMAQ encontram-se em greve à prestação de todo e qualquer trabalho.
A CP, entretanto, já veio a público informar que prevê perturbações à circulação com “especial impacto” entre o final de 3 de janeiro e o início de 6 de janeiro. Para os dias 4 e 5 de janeiro foram definidos serviços mínimos.
Os enfermeiros do Hospital de Évora vão cumprir duas horas de greve, entre as 10h30 e as 12h30, em protesto pela carência de pessoal, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
"Os enfermeiros estão exaustos e somam entre 50 a 60 turnos extraordinários em cada escala. São, em média, 30 dias de feriados e tolerância que estão em dívida a cada enfermeiro, num total de mais de 12000 horas", refere um comunicado enviado à imprensa.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP) decidiu desconvocar a greve que abrangia as várias infraestruturas do continente, Madeira e Açores. Uma decisão que surge após uma reunião com o novo ministro das Infraestruturas e em que João Galamba pediu três meses para avançar com plano de desenvolvimento dos portos. O sindicato decidiu “dar um voto de confiança” ao sucessor de Pedro Nuno Santos.
O SNTAP acusa as administrações portuárias de "ausência total de disponibilidade" para dialogar sobre a proposta de revisão salarial para 2023, tendo o sindicato feito "vários pedidos de reunião" que ficaram sem resposta, "nomeadamente por parte das administrações de Sines e de Lisboa".
O pré-aviso de greve foi entregue pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN), para as empresas do grupo Transdev para os dias 13 de janeiro e 6 de fevereiro.
"Perante a arrogância e a falta de cedência da administração das empresas, e a justa reivindicação destes trabalhadores", o STRUN marcou esta greve que se vai realizar da meia-noite às 24h00 nestes dois dias.
Depois da greve de dezembro, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional decidiu prolongar a paralisação por mais um mês e alargá-la a outra prisão lisboeta.
Assim, até 31 de janeiro estarão em greve os guardas prisionais do estabelecimento anexo à sede da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, assim como os guardas da prisão de Monsanto, também na capital portuguesa. A segurança e as condições de trabalho do corpo da guarda prisional estão na lista que originam o protesto.
A CGTP convocou o Dia Nacional de Indignação, Protesto e Luta para 9 de fevereiro (quinta-feira), com paralisações em várias empresas de todos os setores de atividade.
O Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) vai realizar entre 15 de fevereiro e 15 de abril uma greve aos atos relacionados com audiências de julgamento e diligências de arguidos não privados da liberdade.
O SFJ adianta que decidiu utilizar "formas de luta inovadoras" contra o "silêncio do Governo" e o protelamento da resolução dos problemas de carreira que afetam os funcionários judiciais.
O SFJ deliberou apresentar “aviso prévio de greve aos atos, designadamente greve às audiências de julgamento/diligências de arguidos não privados da liberdade, greve aos atos contabilísticos, greve aos registos estatísticos no “Citius” e greve à confirmação dos pagamentos aos advogados no âmbito do apoio judiciário a vigorar entre 15 de fevereiro a 15 de abril".
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) vai avançar com sete dias de paralisação.
Será a segunda vez, em dois meses, que os trabalhadores vão paralisar. Em causa está o descontentamento com a proposta do novo Acordos de Empresa (AE) apresentado pela TAP.
[notícia atualizada dia 9 de janeiro]