09 jan, 2023 - 07:52 • Olímpia Mairos , André Rodrigues
A Metro do Porto já pediu ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para fazer um estudo de avaliação às condições da obra, na baixa da cidade, depois do temporal que assolou a cidade no passado sábado.
À Renascença, fonte da empresa garante que as obras se vão manter sem atrasos, para que seja concluída até dezembro de 2024, mas é preciso, diz a Metro, saber se existe algo mais que levou ao cenário deste fim de semana. Certo é que as obras do Metro estão a criar uma estrutura para o Rio de Vila que passa por baixo da Rua Mouzinho da Silveira. Um desvio - diz a nossa fonte - que trará uma maior capacidade de escoamento das águas, do que as atuais existentes.
A precipitação intensa que caiu num curto espaço de tempo afetou a baixa da cidade, desaguando pela Rua Mouzinho da Silveira, que liga a Estação de São Bento à Ribeira do Porto.
“A chuva atingiu com mais intensidade o centro do Porto durante meia hora, e os números apontam para valores entre os 23 e os 25 milímetros [por metro quadrado]”, explicou Maria João Frada, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
A meteorologista diz que, por norma, a cidade regista valores superiores, o que leva a crer que “possa ter havido algo que piorou a situação e provocado as inundações”. Ainda assim, destaca que a situação “não se compara com o que foi registado recentemente em Lisboa ou Coimbra, onde os valores chegaram a ser o dobro”.
Depois da enxurrada, do fim de semana, o Porto vai regressando à normalidade.
A Renascença constatou no local que, depois da situação caótica que se viveu durante o fim de semana, a limpeza da Rua Mouzinho da Silveira foi bastante rápida e o trabalho de repavimentação de algumas zonas, que que ficaram mais danificadas pela passagem das águas, já está praticamente concluído.
O transito flui normalmente nesta rua, que faz a ligação da estação de São Bento até à zona da Ribeira, e apesar de a esta hora ainda ser reduzido.
Os efeitos da enxurrada são ainda visíveis, apesar de já este fim de semana alguns serviços terem sido retomados rapidamente.
Já na zona das Fontaínhas, onde a água inundou inúmeras habitações, o cenário é desolador. Há vários telhados danificados, cobertos agora por oleados, e interiores de habitações praticamente sem nada dentro.
A Proteção Civil emitiu este domingo um aviso à população para o risco de cheias e inundações, incluindo no Porto e em Gaia, após “precipitação persistente” que levou ao “aumento significativo dos caudais do rio Douro”.
Nesta previsão estão incluídas a foz do rio Sabor, a zona ribeirinha da aldeia de Foz Tua, a zona fluvial de São Martinho em Nagozelo do Douro, o cais do Pinhão, a zona ribeirinha da cidade de Peso da Régua, o cais de Bitetos, a foz do rio Tâmega e zonas ribeirinhas do estuário do Douro, que incluem o Porto e Vila Nova de Gaia.
A Proteção Civil prevê a possibilidade de inundações no Cais da Ribeira e no Cais do Ouro, no Porto, sobretudo no período que antecede as preia-mares, a próxima está prevista para as 16h50.
A ANEPC recomenda à população que não se exponha às zonas afetadas pelas cheias e que não atravesse zonas inundadas.
Face às previsões, a Proteção Civil pediu ainda à população que adote medidas preventivas “que permitam mitigar danos pessoais e materiais”.