11 jan, 2023 - 19:20 • João Malheiro , Fátima Casanova
O Hot Clube de Portugal vai encerrar portas, a partir desta quarta-feira, por ordem da Câmara Municipal de Lisboa.
Segundo nota publicada na página de Facebook do mais antigo clube de jazz europeu ainda em atividade, o fecho é justificado por “questões estruturais” do edifício, onde está localizado.
Em declarações à Renascença, a presidente do Hot Clube de Portugal, Inês Homem Cunha, explica que após uma vistoria a autarquia concluiu que o edifício, localizado na Praça da Alegria, junto à Avenida da Liberdade, estava em pior estado do que se pensava.
“O edifício do Hot estava com o telhado em muito mau estado, há umas semanas pedimos à câmara para ver o estado do edifício e hoje um funcionário da câmara entregou-nos um documento em que dizia que o Clube devia fechar imediatamente porque estava com danos estruturais demasiado graves.”
Inês Homem Cunha confessa que foi apanhada de surpresa pelo encerramento do espaço.
“Completamente. Eu sabia que o edifício não estava em grandes condições, mas não estava nada à espera que isto fosse assim tão dramático e repentino. Não estávamos nada à espera. Temos programação feita até ao verão”, sublinha.
A presidente do Hot Clube, que vai reunir-se na sexta-feira com a Câmara de Lisboa, ainda não sabe como vai ser o futuro da coletividade.
“Agora não sei. Temos uma reunião na sexta-feira com a Câmara de Lisboa. Eu espero que nos expliquem melhor um bocadinho o que vai acontecer, quanto tempo é que isto vai durar, qual vai ser o futuro. Não sei de nada. Não tenho nenhuma perspetiva”, afirma Inês Homem Cunha.
O HCP localiza-se na praça da Alegria, num edifício que agora está apenas ocupado pela instituição criada em 1950.
Em mais de setenta anos de história, o Hot Clube de Portugal terá vivido o momento mais difícil em 2009, quando a cave onde funcionava há décadas, num edifício na Praça de Alegria, ficou destruído num incêndio, sobrando apenas a fachada desse prédio.
Dois anos depois, em 2011, o Hot Clube de Portugal retomou a atividade duas portas ao lado da cave antiga, num espaço mais moderno, mas, ainda assim, pequeno. Foi a este local que a câmara de Lisboa deu agora ordem de encerramento.