16 jan, 2023 - 17:57 • Rosário Silva , com Lusa
O acórdão do processo Football Leaks vai ser lido no dia 28 de abril. A data foi conhecida esta segunda-feira, dia em que a defesa de Rui Pinto apresentou ao tribunal as razões que considera que não devem levar à sua condenação.
À saída do Campus da Justiça, em declarações aos jornalistas, o advogado do pirata informático, Francisco Teixeira da Mota reconheceu que “efetivamente houve prática de alguns crimes. Não aquela quantidade enorme, mas houve. Tendo em conta isso, é mais sensato dizer que foram praticados e reconhecer que o sistema legal tem de sancionar".
“Não ia pugnar pela absolvição, não faria sentido. Uma pena suspensa será suficiente”, alegou o advogado, lembrando que Rui Pinto está pela primeira vez a ser julgado.
Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada.
Ministério Público pede condenação a pena de prisã(...)
Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto de 2020, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.
O Ministério Público (MP) pediu a condenação a pena de prisão de Rui Pinto, criador da plataforma eletrónica 'Football Leaks', por 89 dos 90 crimes de que está acusado no processo.
Nas alegações finais do processo, que começou a 4 de setembro de 2020, Marta Viegas, procuradora do MP, considerou que o único crime não provado foi o de sabotagem informática à SAD do Sporting.
Marta Viegas considerou também provado que o outro arguido do processo, o advogado Aníbal Pinto, deve ser condenado pelo crime de extorsão na forma tentada, pelo qual está acusado.