16 jan, 2023 - 12:15 • Liliana Monteiro , Olímpia Mairos
A defesa de Rui Pinto está a apresentar, esta segunda-feira, ao tribunal as razões que considera que não devem levar à sua condenação.
O advogado Francisco Teixeira da Mota entende que “ninguém pode dizer que Rui Pinto ganhou um cêntimo com a sua atividade”, acrescentando que “desde agosto de 2015 até ser detido nada deu entrada nas suas contas bancárias”.
“A atividade Football Leaks não teve qualquer motivação clubística ou interesse económico”, alegou.
Para Francisco Teixeira da Mota, “Rui Pinto foi transformado no inimigo número um que colocava em causa um estado de direito e a vida social”, considerando que “não é o arguido a pessoa mais vil da História”.
“É uma pessoa com qualidades e defeitos, que começou de uma maneira e termina de outra”, argumentou, destacando, depois, uma “evolução notável” por parte do seu cliente.
Segundo o advogado, “o arguido sempre respeitou o tribunal e nunca aceitou qualquer pedido de entrevista e foram muitos”.
Quanto à Doyen Sports, uma das entidades atacadas pelo mentor do Football Leaks, o advogado de Rui Pinto lembrou que “é uma figura pública”, defendendo, por isso, que “é importante que haja informação e a informação é de interesse público, independentemente de estarmos a discutir ilegalidades”.
Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
O Ministério Público pede que sejam ambos condenados a pena de prisão. Já a defesa de Aníbal Pinto defende a absolvição do seu cliente.
O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto de 2020, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.