Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Ministro da Educação avisa que alunos "estão a ser prejudicados" e faz apelo aos professores

19 jan, 2023 - 01:41 • Ricardo Vieira

João Costa garante que Governo está de “boa fé” nas negociações com os representantes dos professores, mas não é possível corresponder a todas as reivindicações dos sindicatos.

A+ / A-

O ministro da Educação, João Costa, considera que os alunos estão a ser “prejudicados” pelas greves dos professores e apela ao bom-senso e à boa vontade negocial dos sindicatos.

João Costa, em entrevista à RTP no dia em que foram retomadas as negociações, mostra-se preocupado com a onda de greves nas escolas.

“Sei que tanto os professores, como os sindicatos, como o Ministério da Educação, como as famílias, todos temos esta preocupação partilhada com o bem-estar e com as aprendizagens dos alunos. Olho para o que está acontecer com preocupação e com esta vontade de ter a empatia e a colaboração dos sindicatos para, em processo negocial, podermos retomar a normalidade nas escolas”, afirma o ministro da Educação.

“Estes alunos estiveram dois anos com uma pandemia e este é o ano da recuperação. Nós temos muitos alunos que estão a recuperar aprendizagens, estavam a recuperar a bom ritmo. Se as aulas não estão a acontecer em muitas escolas, os alunos estão a ser prejudicados na recuperação”, sublinha.

O Governo está de boa-fé nas negociações, garante João Costa, que pede bom-senso aos sindicatos de professores. O processo de negociações está encaminhado, mas não vai ser possível chegar a acordo em relação a todas as reivindicações dos professores, adverte.

“Os sindicatos têm um caderno reivindicativo extenso, têm reivindicações antigas, têm algumas mais recentes e eu penso que o bom principio da negociação e de chegarmos a acordo é termos o entendimento de que há matérias em que já fizemos muito trabalho nos últimos sete anos, há matérias novas em que estamos a trabalhar e a priorizar.”


O ministro da Educação reforça que as duas principais prioridades, neste momento, são a questão dos professores deslocados para longe do local de residência e a precariedade no setor.

“A questão do ‘casa às costas’ e a questão da desprecarização são prioritárias para o Governo neste momento. Há outras matérias a que não vamos conseguir chegar, e outras em que vamos continuar a trabalhar e a negociar. Temos uma legislatura, temos muito tempo para trabalhar em conjunto e para estudar”, apela João Costa.

O governante referiu nesta entrevista à RTP que as negociações com os sindicatos decorrem num ambiente "amigável" e "construtivo", apesar da Fenprof e da FNE terem saído insatisfeitas das reuniões e classificado como “poucochinho” as propostas do Ministério da Educação.

O Governo propõe aos sindicatos de professores reduzir a dimensão geográfica das áreas em que os docentes são colocados. A ideia é que se passe de 10 quadros de zona pedagógica para 63. Em 95% dos casos terão distâncias máximas de 50 quilómetros.

O Ministério também vai vincular, no mínimo, mais de 10 mil professores e anunciou novas regras para a vinculação para diminuir a precariedade.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Tiro nos pés
    20 jan, 2023 Ministro de saída 11:02
    O ministro fez um discurso incendiário a tentar criar uma vaga de fundo e a virar os Pais contra os professores. Falhou clamorosamente pois mais de metade dos Pais, aqueles que não veem a Escola como um mero armazém "onde se despejam os putos", mas sim como a melhor preparação técnica para o futuro profissional dos filhos, continuam a apoiar os professores. Vai daí, emendou a mão, e agora fala em "serenidade" e apela ao "bom-senso" ... Saiu o "tiro pela culatra", não foi, (ainda) ministro?
  • Novo ministro
    19 jan, 2023 Este não serve 17:08
    Este ministro é um malabarista e não serve para o lugar. Interrompam as negociações e mantenham as greves até haver novo ministro
  • Sejam
    19 jan, 2023 imbecilóides encartados 16:55
    O outro Costa, o António, aquele que diz que não pode fazer nada pelo passado, também apela ao "bom-senso" nas negociações, enquanto diz estar fora de causa reparar a inconstitucionalidade que é Professores dos Açores e Madeira terem recuperado na integra o tempo de serviço e não terem quotas de acesso aos 5.º e 7.º escalões, enquanto que nos professores do Continente isso não acontece. Está visto que para o governo, invocar o "bom-senso" quer dizer "sejam parvos".
  • As pérolas escondida
    19 jan, 2023 Mundica 11:13
    A "boa-fé" do governo, vê-se principalmente no artigo 6.1 em que professores do Quadro já em fim de careira, se não tiverem componente letiva suficiente, em lugar de a completar na própria escola, andarão por ordens do tal conselho de diretores que afinal não foi abolido, aos "saltinhos" pelos 50Km do QZP onde estão, para completar essas horas letivas noutra escola qualquer. Ou seja, em vez de acabar com a casa às costas, estende-a a todos, jovens, não tão jovens e "velhos". Analisem as propostas do Costa: há por lá, muitas "pérolas" escondidas, como esta.
  • Cidadao
    19 jan, 2023 Lisboa 09:35
    O ministro já tentou assustar os professores com pretensas ilegalidades da greve e pareceres jurídicos pedidos e que tardam em aparecer, se bem que não são pareceres mas Tribunais que têm a última palavra sobre a legalidade ou não da greve. Depois, deu uma entrevista na véspera de uma manifestação de docentes onde tentou desastradamente criar uma vaga de fundo para virar os Pais, quiçá o País, contra os Professores. Ambas as iniciativas falharam. Agora vem com apelos ao "bom-senso" como se os professores não tivessem bom-senso e estivessem a pedir o céu e a Lua - só pedem o que outras classes obtiveram - contagem integral do tempo de serviço que todos já obtiveram incluindo os professores dos Açores e Madeira, fim dos estrangulamentos economicistas da carreira como as quotas de acesso aos 5º e 7.º escalões, e claro uma avaliação sem quotas de "Muito bons2 que passam a "Bons" quando excedem a quota, etc . São pedidos perfeitamente razoáveis. E antes que o ministro venha com a conversa fiada financeira do costume, relembro aqui os apoios que o governo deu a Bancas e a TAP's pelo menos que ultrapassam e de que maneira o aumento de despesa que terá para repor a justiça. E nem vou falar dos sucessivos recordes de obtenção de receita fiscal por via dos nossos impostos e dos 40 milhões que entram diariamente no País por mor da Bazuca. Se o ministro não pondera isto, então o STOP tem razão e a Educação precisa é de outro ministro.
  • ex-professor
    19 jan, 2023 5 de out 08:43
    Há diversas fases neste processo de vilipendiar os professores e a greve, e conquistar a opinião pública para o lado do governo: malograda a tentativa de desmobilizar professores e acabar com a greve por meio de ameaças de ilegalidades que n~ºao existem, ou de faltas injustificadas que não podem ser marcadas e em que as ameaças do ministro só aumentaram a decisão dos professores, o ministro passa à segunda fase que é de quase a chorar com a lágrimazinha de crocodilo no olho, vir apelar ao "bom-senso" e ao "coração" dos professores para aceitarem uma mão cheia-de-nada e outra de coisa nenhuma, "obviamente" em prol daquele embuste que é as "recuperações" e as aulas que estão a perder. Mas as reivindicações que contam, isso não deu nada, nem sequer aceitou discutir. Continuem por aqui: em breve o ministro passará à terceira fase que é fazer-se passar por vítima e acusar os sindicatos de não quererm negociar à séria, leia-se não aceitarem as migalhas que ele é forçado a dar.
  • Devolução
    19 jan, 2023 aqui no pedaço 08:30
    Os pedidos de João costa equivalem a deixar tudo como está, ou quase, sem que nenhuma das reivindicações que importam mais - recuperação de tempo de serviço, fim das quotas para acesso aos 5.º e 7.º escalões, fim das quotas de "muito bons" e de "excelentes", plano de carreiras, etc - seja sequer discutida. E á cautela já veio mais o colega Medina dizer que o País não aguenta. BALELAS! Um Pais que injectou 3 200 Milhões numa companhia de aviação falida, 25 000 milhões para tapar buracos na Banca, que bate todos os dias recordes de obtenção de receita fiscal e que tem milhões oferecidos pela bazuca Europeia, não pode alegar que não há dinheiro. Assim devolvemos-lhe o cumprimento e tenha mas é o ministro bom senso, que o fim da greve está na mão dele, mais que na mão dos sindicatos.
  • Sara
    19 jan, 2023 Lisboa 07:45
    Porque não deixam de pagar milhares para ter jovens de outros países a estudar em Portugal, por que os senhores professores alegam que ficam a não sei qts km quando sabem que nem sempre podemos trabalhar a onde queremos, são pessoas iguais aos outros não? Ao anos que oiço que os professores detestam a profissão, nada motivadores, há mais de 20 anos há saturação de professores, há que se adaptar as novas realidades, tal como as outras pessoas o fazem, foram uns heróis durante a pandemia?por favor, heróis foram os pais, que depois do trabalho presencial ainda tinham que ir ajudar os filhos . Mais uns que se acham acima .Algumas disciplinas nas escolas podiam ser perfeitamente ser dadas por teams, robots, a matéria é bem chata e os próprios professores também o fazem por isso, era bom que se reformasse a sério o sistema de educação em Portugal, nem metade dos professores que há agora era presciso

Destaques V+