20 jan, 2023 - 10:22 • Cristina Nascimento
Antes e depois da reunião com o ministro da Educação, a mesma ideia: "para haver um acordo, o ministro tem de acordar". Foi o que disse e repetiu o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
O sindicalista saiu pouco satisfeito do encontro durante o qual questionaram a equipa liderada por João Costa sobre alguns pormenores da proposta.
Os esclarecimentos que obtiveram não foram os que queriam ouvir, nomeadamente sobre a questão do concurso de professores que o dirigente sindical classificou como inaceitável.
Já sobre a questão das quotas e vagas e para aceder ao 5º e 7º escalão, Nogueira reconheceu que num primeiro momento até acharam que havia alguma abertura, mas depois, afirmou, perceberam que se tratava de “ilusionismo”.
“O Ministério da Educação faz-nos uma proposta que diz que vai manter até ao fim da legislatura que é rigorosamente a mesma coisa que existe desde que as vagas se aplicam”, explica, acrescentando que “isto tem um nome: ilusionismo”.
Numa apreciação geral, Nogueira diz que não estão a ser respondidas as questões dos docentes e admite vir a exigir negociar com outro Costa. “Admitimos que a certa altura possamos exigir a presença do primeiro-ministro, porque é o que representa o governo inteiro”, avançou.
Perante a insatisfação e falta de respostas, o secretário-geral da Fenprof reafirma que as greves distritais são para continuar e apela a uma forte mobilização para a manifestação de 11 de fevereiro.
No exterior do Ministério da Educação, durante toda a reunião entre o ministro João Costa e a delegação da Fenprof mantiveram-se milhares de professores em manifestação ruidosa.
Antes da reunião, Nogueira já tinha dirigido algumas palavras às pessoas que ai se encontravam, sublinhando a necessidade "de manter a pressão".
Nessa altura, questionado pelos jornalistas sobre as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre esta matéria, Mário Nogueira mostrou-se satisfeito pelo Presidente da República agora estar ao lado dos professores, lamentando, no entanto, que noutros "momentos importantes em que gostaríamos que estivesse connosco, acabou por não estar".