26 jan, 2023 - 19:11 • João Malheiro
O presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude 2023, o bispo D. Américo Aguiar admite que o custo do altar-palco "é um número que magoa" e garante que vai tentar perceber a razão do valor e tentar "corrigir o caminho".
"Estamos disponíveis para olhar para as parcelas do palco. E o que não seja essencial, ser eliminado", admite.
A Câmara Municipal de Lisboa adjudicou por ajuste direto a construção do palco-altar da JMJ por 4,24 milhões de euros, o que gerou queixas de “falta de transparência” por parte da oposição e a um pedido do Chega para que Carlos Moedas vá ao parlamento justificar os custos do evento.
Segundo a informação disponibilizada no Portal Base da Contratação pública, à construção do palco-altar soma-se o valor de "1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura”.
"O número magoou-nos a todos. Numa altura de grandes dificuldade, este número magoa", referiu o responsável pela JMJ, em Portugal.
D. Américo Aguiar garantiu que não pretende "ferir a JMJ" com este tipo de acontecimento e realça que "o evento é positivamente esmagador" e que Portugal "não vai esquecer-se da JMJ".
O presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude 2023 refere que soube do valor "quando vi a notícia", referindo que só conhecia o valor global estimado para o evento.
"Não sabia, nem tinha de saber", acredita.
D. Américo Aguiar lamentou também que a polémica tenha acontecido durante a ausência da organização, que se encontrava no Panamá - o país que organizou a última JMJ.
Por outro lado, o responsável agradeceu o escrutíno feito ao orçamento do evento, dizendo que é "muito importante", e garante que nunca houve "um acontecimento como vai ser a JMJ", em Portugal.
"É sempre positivo recebermos inputs construtivos, na maioria das vezes. Nada tem comparação com a JMJ, na sua dimensão, na sua escala e na sua exigência logística", apontou, em conferência de imprensa, esta quinta-feira.
O responsável pela organização da JMJ, em Lisboa, refere que a organização tem cuidado "em não repetir erros" e recorda que o caminho para a concretização do evento "teve muitos percalços"; como a pandemia da Covid-19.
Por outro lado, D. Américo Aguiar admite que ainda não foi possível fechar o orçamento da JMJ, mas defende que "não é fácil lidar com a incerteza com a peregrinação de centenas de milhares de peregrinos" que pode mesmo ultrapassar a marca do um milhão de pessoas.
O presidente da Fundação JMJ 2023 afirma que a estrutura "vai ficar" depois do fim do evento e poderá servir para outros acontecimentos, apoiando a perspetiva da autarquia lisboeta.
Por outro lado, D. Américo Aguiar refere que o palco "foi uma ideia que evoluiu", mas que não apresenta "nenhuma novidade especial", em relação a outras Jornadas Mundiais da Juventude.
"Está assente o que significa os desafios do terreno. Sabíamos desde o início que o PalcoTejo tinha exigências de segurança e utilização do espaço", aponta.
"O papel da Igreja e da JMJ é pedir às autoridades que correspondam ao que temos de providenciar. O palco pode ser retangular, redondo, cubo, mais alto, mais baixo, não nos preocupa. A nossa preocupação é que corresponda aos requisitos do que vai acontecer lá e da Proteção Civil e da segurança da Santa Sé", acrescenta, ainda.
Já sobre o Parque Eduardo VII, D. Américo Aguiar indica que a ideia "não está a ser revista, está em fase de ser concluída"
A próxima edição do festival Rock in Rio Lisboa pode vir a realizar-se no principal terreno onde vai ter lugar a Jornada Mundial da Juventude em agosto deste ano.
A Renascença sabe que a organização do festival de música já teve contactos informais com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), entidade que está a financiar as obras junto ao rio Trancão, entre elas a construção do palco-altar.
O presidente da Fundação JMJ 2023 defende que a organização "tem obrigação de tratar do peregrino".
"A fundação assume tudo o que é essencial na relação com o peregrino. o Estado trata das infraestruturas e depois o que vem com a segurança, saúde", exemplifica.
D. Américo Aguiar indica que o orçamento da organização já "passou os 80 milhões de euros" e que tudo será "clarinho, totralmente transparente até ao último cêntimo".
O responsável realça que já há 420 mil jovens inscritos, na primeira fase, e que, por agora, 15% já pagaram.
"Lucros irão para projetos em Lisboa e Loures", garantiu.
[Em atualização]
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