26 jan, 2023 - 07:00 • Fátima Casanova
As chamadas vias de ensino, cursos que permitem vir a dar aulas, não estão a conseguir captar alunos, indica um relatório do Conselho Nacional de Educação revelado esta quinta-feira sobre o "Estado da Educação em 2021".
No ano letivo 2020/21, as áreas de Tecnologias da Informação e Comunicação e de Educação destacam-se como as áreas com o menor número de inscritos.
Analisando especificamente a área de Educação, apesar das 840 vagas disponibilizadas para o curso de Educação Básica (menos 28 do que em 2020), apenas foram colocados 788 estudantes nesse ano, o que denota a pouca atratividade dos cursos de acesso à carreira docente.
No relatório destaca-se também o baixo número de diplomados em cursos que conferem habilitação para a docência, nomeadamente os cursos de Ensino de Física e Química no 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário (três diplomados), de Ensino de Economia e de Contabilidade (três diplomados) e de Ensino de Filosofia no Ensino Secundário (oito diplomados).
Na 1.ª fase, não houve qualquer colocado no curso de Educação Básica no Instituto Politécnico de Portalegre, por exemplo, à semelhança do que já tinha acontecido em 2019. Já no Instituto Politécnico da Guarda foi colocado apenas um candidato. Quando se analisam as classificações dos últimos colocados nas diferentes instituições, observa-se que a mais elevada é de 15,75 valores e a mais baixa de 10,74 valores.
O número de inscritos em cursos de Ensino Superior aumentou em 2020/21 quando comparado com o ano letivo anterior, à semelhança do que tem acontecido em toda a União Europeia.
Inscreveram-se ao todo 411.995 estudantes, dos quais 81,3% no Ensino Superior Público e 18,7% no privado.
Nas últimas décadas, a percentagem de mulheres com grau de Ensino Superior tem subido consistentemente, invertendo a diferença histórica a favor dos homens. As mulheres representam 53,6% dos estudantes inscritos no Ensino Superior, o que também se observa na grande maioria dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento da Europa (OCDE).
Entre 2012 e 2021, o número de estudantes no ensino universitário público cresceu 5,2%, correspondendo a mais 10.315 alunos inscritos.
No ano letivo 2020/21, o número de diplomados registou um aumento de 6% face ao ano letivo anterior.
A probabilidade de ter um emprego é maior para as pessoas que têm um nível de escolaridade mais elevado, sendo relevante ter concluído pelo menos o ensino secundário.
Os que completam o Ensino Superior tendencialmente têm acesso a salários melhores ao final do mês. Nos países da OCDE, em média, os adultos diplomados no Ensino Superior ganham 58% mais do que aqueles que completaram apenas o secundário.