26 jan, 2023 - 08:13 • Lusa
O juiz concordou com o Ministério Público e concedeu mais tempo para transferir o caso para um outro tribunal de Hong Kong. O cidadão português foi acusado ao abrigo de uma lei da era colonial britânica, que tem sido cada vez mais utilizada para silenciar vozes críticas.
Segundo o Immedia HK, um juiz do tribunal do distrito de West Kowloon, Peter Law Tak-chuen, concordou com o Ministério Público, que pediu mais tempo para transferir o caso para um outro tribunal de Hong Kong.
O suspeito, detido desde o final de outubro, voltou a não pedir fiança e irá continuar a aguardar julgamento na prisão, avançou o portal de notícias de língua chinesa.
O homem, professor no Royal College of Music no Reino Unido, já tinha visto o mesmo tribunal negar-lhe fiança por duas vezes, primeiro a 4 de novembro e depois a 11 de novembro.
Segundo a imprensa da região chinesa, o português não esteve presente na sessão de 11 de novembro, dispensou o advogado de defesa e disse ao tribunal não precisar de um advogado oficioso.
O juiz Peter Law é um dos juízes nomeados pelo governo de Hong Kong para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional promulgada em 2020.
No entanto, o cidadão português foi acusado ao abrigo de uma outra lei, da era colonial britânica, que tem sido cada vez mais utilizada para silenciar vozes críticas.
As autoridades de Hong Kong acusam o homem de "trazer ódio e desprezo" e "estimular o descontentamento" contra o Governo, promover a "desobediência" civil e "incitar à violência" através de publicações em redes sociais feitas entre 9 de outubro e 1 de novembro.
Em resposta enviada à Lusa a 4 de novembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português disse ter "conhecimento da detenção de um cidadão portador de passaporte português em Hong Kong".