25 jan, 2023 - 22:43 • Miguel Coelho
A Câmara Municipal de Lisboa adjudicou por ajuste direto a construção do palco-altar da JMJ por 4,24 milhões de euros, o que gerou queixas de “falta de transparência” por parte da oposição e a um pedido do Chega para que Carlos Moedas vá ao parlamento justificar os custos do evento.
Segundo a informação disponibilizada no Portal Base da Contratação pública, à construção do palco-altar soma-se o valor de "1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura”.
No Explicador Renascença, tentamos perceber melhor o que vai envolver esta infraestrutura e como será financiada.
Vai ser paga pela Câmara de Lisboa, que referiu esta quarta-feira que a infraestrutura prevista corresponde à melhor proposta, de todas as que lhe foram apresentadas.
O contrato refere também que a obra foi adjudicada à Mota Engil, por ajuste direto e foi adjudicada pela Sociedade de Reabilitação Urbana, a empresa municipal da Câmara de Lisboa responsável pelas obras no Parque Tejo.
A Renascença avançou esta quarta-feira com a informação que a próxima edição do festival Rock in Rio Lisboa pode vir a ser neste local.
A Renascença sabe que a organização do Rock in Rio já manteve contactos, embora informais, com a Câmara de Lisboa.
O mais mediático dos festivais realizados em Lisboa tem decorrido, de dois em dois anos, no Parque da Bela Vista.
A confirmar-se a transferência para o parque urbano do Tejo-Trancão, a lotação do Rock in Rio poderá mais do que duplicar.
Do total de 35 milhões de euros que a autarquia vai investir, 21 milhões serão aplicados em estruturas que irão manter-se depois da Jornada Mundial da Juventude.
É um palco que terá capacidade para duas mil pessoas, portanto é mais do que um altar - é uma estrutura de grandes dimensões.
O palco deverá ter capacidade para receber - além do Papa Francisco - cerca de 1000 bispos, 300 concelebrantes e um coro de 200 pessoas.
Há também que contar com a presença em palco de 30 especialistas em linguagem gestual, uma orquestra de 90 músicos, além, claro, dos convidados, staff e equipa técnica.
Portanto, terá mais do que condições para ser depois reutilizado, noutros eventos.
Por outro lado, o número de peregrinos que poderão estar na JMJ em Lisboa pode ser superior a um milhão de pessoas. Trata-se de muitas pessoas que podem deixar um retorno económico importante para cidade.
O próprio Governo já adiantou a expectativa de retorno financeiro, que é de 350 milhões de euros, além da importância para o país da vinda do Papa Francisco, não apenas do ponto de vista religioso, mas pela escala mediática internaconal que esta jornada vai assumir.
Trata-se de uma estrutura com três plataformas, sendo que a mais alta - onde o Papa irá celebrar missa - se encontra a uma altura de cerca de nove metros.
A estrutura terá uma escadaria central, que permitirá o acesso dos jovens ao palco, mas está prevista a existência, também, de dois elevadores para pessoas com mobilidade reduzida, como é o caso do próprio Papa.
É uma estrutura deverá ocupar uma área de cinco mil metros quadrados.