06 fev, 2023 - 12:44 • Lusa
O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, defendeu esta segunda-feira que o incêndio da Mouraria, em Lisboa, em que morreram duas pessoas, deve servir para sacudir consciências, sublinhando que "habitação digna é um direito de todos".
"Que o incêndio na Mouraria, que vitimou tantos migrantes desprotegidos, sirva ao menos para sacudir as nossas consciências. A habitação digna é um direito de todos", defendeu Santos Silva numa publicação na rede social Twitter.
Na noite de sábado, um incêndio deflagrou num prédio no bairro lisboeta da Mouraria, provocando dois mortos, de nacionalidade indiana, e 14 feridos, todos já com alta hospitalar.
O incêndio no edifício, habitado essencialmente por cidadãos indianos, afetou 25 pessoas, 24 residentes e um não residente, deixando 22 desalojados, além da morte de dois cidadãos indianos, um dos quais um jovem de 14 anos.
De acordo com declarações da diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC), Margarida Castro Martins, hoje à Lusa, "neste momento, foram realojadas 13 pessoas" pela Santa Casa da Misericórdia, numa pensão da cidade, tendo os restantes encontrado solução por modo próprio.
Para hoje está também agendado o atendimento destes cidadãos para saber que apoios vão poder ter e as soluções de residência, segundo a responsável.
De acordo com a última atualização do Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC), até agora apurou-se que viviam no prédio, no bairro da Mouraria, dois cidadãos belgas, dois argentinos, dois portugueses, três bengalis e 15 indianos.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, esteve no local na noite de sábado e garantiu que todos os desalojados seriam apoiados, lamentando as duas mortes.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou com Carlos Moedas na mesma noite para se inteirar da situação, lamentando igualmente a perda de vidas.
Todas as pessoas internadas em hospitais tiveram alta, durante a noite de sábado e no domingo, e foram assistidas essencialmente por inalação de fumos, disseram as autoridades hospitalares.