Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Produtos básicos podem faltar em Portugal. Só há matéria-prima “até março”

14 fev, 2023 - 19:49 • Rosário Silva , com Redação

O alerta parte da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais, numa altura em que os trabalhadores da Silopor - Empresa de Silos Portuários mantém greve às horas extraordinárias.

A+ / A-

Pão, massas, carne, ovos ou lacticínios são os produtos básicos que podem vir a falta na mesa dos portugueses. O aviso é feito pela Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA), uma das cinco associações do setor da indústria alimentar, preocupadas com a greve às horas extraordinárias dos trabalhadores da Silopor.

Com os navios com cereais por descarregar, a IACA receia que esteja ameaçado o abastecimento de produtos alimentares essenciais.

“Os últimos dados que tenho, podemos ter trigo na Silopor, para a panificação, só até março”, revela, à Renascença, o secretário-geral da IACA.

Segundo Jaime Piçarra, “estaríamos com alguma situação de conforto, não fosse o caso de que havendo atrasos de navios, quer do milho, da soja, do trigo ou da cevada, não entra cereal”.

E, sem cereais, a situação tende a agravar-se, mais ainda quando está prevista uma greve de 24 horas para a próxima segunda-feira.

“Não entrando cereal, corremos o risco de haver matéria-prima nos barcos e não ter matéria-prima para fazê-la chegar às fábricas”, alerta.

Os trabalhadores Empresa de Silos Portuários vão, entretanto, manter a greve ao trabalho extraordinário, pelo menos até ao final do mês, o que leva o setor da indústria agroalimentar, a antever “um novo aumento de preços e a rutura pontual do abastecimento de produtos em alguns locais de venda".

A preocupação tinha sido anteriormente manifestada pela IACA, em conjunto com a Associação Nacional de Armazenistas, Comerciantes e Importadores de Cereais e Oleaginosas (ACICO), a Associação Portuguesa de Moagem (APIM), a Federação Portuguesa das Associações Avícolas (FEPASA) e a Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores (FPAS).

Segundo estas associações, num comunicado conjunto, a greve, já está a “provocar atrasos na descarga de navios de cereais importados, dos quais Portugal depende em mais de 80% para o abastecimento da sua indústria para alimentação humana e animal", com o impacto para os importadores, além de se traduzir em "cerca de 50 mil euros por cada dia de atraso".

No porto da Trafaria, o único do país com capacidade para a descarga e armazenagem de matérias-primas transportadas por grandes navios cerealíferos, os ritmos de descarga diários passaram de 11 mil toneladas por dia. para cinco mil toneladas por dia.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+