15 fev, 2023 - 14:37 • Lusa
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap) e o Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (Sinafe) anunciaram esta quarta-feira uma greve na CP - Comboios de Portugal para os dias 27 de fevereiro e 1 de março, depois de terem sido anunciadas paralisações para os dias 28 de fevereiro e 2 de março.
"Os sindicatos da UGT, Sinafe [Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins] e Sintap [Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública], avançam para a greve face à interrupção das negociações na CP e na IP", informaram esta quarta-feira, em comunicado.
Assim, os trabalhadores da CP vão fazer greve à prestação de "todo e qualquer trabalho nos seguintes termos", nos dias 27 de fevereiro e 1 de março, "durante todo o seu período de trabalho".
Estas paralisações acontecem depois do período de greves em curso, marcadas por vários sindicatos, e que estão a deixar muitos comboios parados até ao próximo dia 21.
Paralisações agendadas para os dias 28 deste mês e(...)
Em causa está o "impasse" nas negociações salariais com a administração da IP e da CP, afirmam os sindicatos em comunicado.
Segundo contam, na última reunião, as administrações mantiveram a proposta apresentada na anterior reunião, "não havendo qualquer evolução, nem aproximação às reivindicações do Sintap e do Sinafe".
"Claramente condicionado pelo Governo, o negociador patronal acenava com o despacho da tutela financeira que limitava o aumento a 5,1% da massa salarial, o que se traduz por mais um ano de perda de poder de compra para os trabalhadores da IP-Infraestruturas, IP-Telecom, IP-Engenharia e IP-Património", pode ler-se no comunicado.
De acordo com o Sintap e o Sinafe, as propostas dos sindicatos não foram consideradas pela comissão negociadora patronal, pelo que, "perante este impasse, a administração decidiu travar a fundo as negociações impondo aumentos salariais por ato de gestão".
No comunicado, os sindicatos indicam que a greve é pelo aumento dos valores salariais e do poder de compra, pela retoma da negociação coletiva e pela "não discriminação de trabalhadores" e contratação de pessoal.