23 fev, 2023 - 11:25 • Cristina Nascimento
O coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP), André Pestana, assegura que vão continuar com os protestos e greves. Pestana explica que auscultaram os profissionais que representam e a esmagadora maioria rejeita as propostas que o Ministério da Educação tem colocado em cima da mesa das negociações.
“São milhares e milhares de profissionais que participaram e a rejeição da proposta que está em cima da mesa neste momento é acima de 96%”, revelou.
Pestana entende, assim, que esta expressão “reforça que tudo o que o STOP tem dito, tem pertinência, ou seja, que infelizmente, apesar das grandes mobilizações que têm ocorrido nos últimos dois meses, o Ministério não está a ir ao encontro dessas aspirações”.
O líder sindical acrescenta que “até que a maioria dos profissionais de educação diga que está de acordo com a proposta do Ministério ou que diga perentoriamente que quer que nós interrompamos esta greve, obviamente iremos continuar a lançar pré-avisos de greve”.
O STOP tem greves agendadas até 10 de março. Já a Fenprof tem dois dias de greves marcados: 2 março nas escolas a norte e 3 de março nas escolas a sul.
André Pestana prestou declarações aos jornalistas antes de entrar para nova ronda negocial no Ministério da Educação. O encontro será liderado pelo secretário de Estado António Leite, dado que o ministro João Costa está na reunião do Conselho de Ministros.
Este novo encontro decorre de forma mais silenciosa, dado que, ao contrário do que tem sido habitual, desta vez não há manifestação de professores no exterior do edifício, na Avenida Infante Santo, em Lisboa.
No entanto, é certo que as vozes dos professores e outros profissionais do setor vão voltar a ouvir-se no sábado diz 25 de fevereiro. Nessa data realiza-se nova marcha pela Educação, marcada pelo STOP. O protesto vai percorrer as ruas de Lisboa, desde o Palácio da Justiça até à Assembleia da República.
Finda essa marcha, os dirigentes do STOP vão manter-se em protesto durante três dias, junto ao Parlamento, naquilo que, asseguram, será “uma vigília de protesto permanente”.
O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, entrou para a reunião considerando que um acordo, neste momento, é “muito difícil”.
“Tendo em conta o que aconteceu na última reunião, há ainda pontos de fratura muito fortes”, disse.
Mário Nogueira explicou que, embora "os concursos sejam uma matéria muito importante para os professores, mas seguramente cerca de metade dos professores já não concorre".
"Metade dos professores está é ansioso por recuperar o tempo de serviço que perdeu para poder chegar ao topo da carreira e para poder ter uma aposentação minimamente significativa", rematou.