05 mar, 2023 - 20:59 • Rafael Duarte Rafael Duarte
Os professores vão dormir na rua como forma de protesto. "A nossa escola está numa situação moribunda. Está em vias de extinção porque não temos professores. Não está a sair das universidades o número suficiente de professores que garanta um ensino de qualidade", lamenta Luís de Deus, um dos organizadores.
Estão montadas 16 tendas à porta da Escola E.B. 2 3 Dr. António da Costa Contreiras, em Armação de Pêra, que vão estar sempre ocupadas por professores até quarta-feira. Os docentes vão fazer turnos de 24 horas e a mudança dá-se às 18h00. Nessa altura vários profissionais de educação vão juntar-se numa vigília.
Luís de Deus deixa o convite para que mais pais se juntem a este protesto: "Nós trabalhamos para os filhos deles. A escola não é um depósito para virem depositar os seus filhos. A escola é para aprender e isto é para os alertar que é preciso mudar".
Tal como Luís de Deus também Vasco Dantas é professor do Agrupamento de Escolas Silves Sul e está na organização do protesto. Explicou que os serviços mínimos não vão impedir esta iniciativa. "Quando acordarem de manhã alguns professores vão diretamente dar aulas. Vamos ter o apoio de outros colegas que não ficam cá a dormir, mas trazem comida e bebida".
O protesto arrancou este domingo com uma vigília que reuniu cerca de 200 pessoas. Sete Agrupamentos do Algarve marcaram presença, sendo que 18 professores ficaram a dormir nas tendas. "Queremos que os pais quando trouxerem os filhos de manhã e os próprios alunos passarem por nós fiquem todos indignados e a perguntar o que se passa aqui".
Na vigília, os professores levaram velas e colocaram-nas à frente de uma urna a dizer escola pública.