08 mar, 2023 - 09:05 • Redação
A Plataforma Greve Feminista Internacional, com cerca de quarenta coletivos, organizou para esta quarta-feira marchas por todo o país para reivindicar “avanços para uma verdadeira igualdade salarial, o apoio às mulheres e crianças vítimas da guerra, o combate ao assédio nas faculdades, avanços nos serviços públicos de educação, saúde e cuidados.”
A greve no âmbito desta iniciativa, que acontece desde 2019, decorre nas cidades de Aveiro, Barcelos, Braga, Bragança, Coimbra, Évora, Faro, Guimarães, Leiria, Lisboa, Porto e Vila Real, e, no sábado, em Chaves.
No seu manifesto, a Plataforma apela à participação de todos nas marchas e protestos que acontecem por todo o país, e não apenas daqueles que se sentem discriminados.
O Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC), o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), o Sindicato dos Trbalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social (STSSSS) e o sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.T.O.P.) têm também greves agendadas para hoje como forma de apoio à luta pelos direitos das mulheres.
Em declarações à Lusa, Cheila Collaço Rodrigues, da Rede 8 de Março disse que “esta greve assenta numa onda muito específica do feminismo e em três pilares principais: a greve laboral, a estudantil, mas também as dos cuidados – que é basicamente, o trabalho que as mulheres desempenham na sociedade e que sem o qual a sociedade colapsa”
“Além da celebração das nossas vidas, queremos também dar visibilidade às violências, às opressões, às desigualdades que as mulheres são alvo numa sociedade desigual, quer as mulheres cis [género], quer as mulheres trans [transexuais], acrescentou
De acordo com a ativista, a iniciativa vai ainda homenagear as vítimas de feminicídio durante o ano passado em Portugal.
“Todos os anos temos acesso aos números, que são vergonhosos e estamos a falar apenas dos casos de feminicídio. Nem sequer falamos dos casos de violação. Há uma maior visibilidade, mas ainda há muito trabalho a fazer”, disse
A feminista realça ainda que é importante “passar a mensagem de que o feminismo não é o que separa”, mas sim o capitalismo e o patriarcado e que a iniciativa do próximo ano começa a ser preparada logo no dia seguinte à marcha deste ano.