09 mar, 2023 - 15:29 • Lusa
Os pré-avisos de greve comunicados ao Ministério do Trabalho quadruplicaram em janeiro face ao mesmo mês de 2022, totalizando 204, e na administração pública mais do que duplicaram, para 105, segundo os dados oficiais.
De acordo com os dados mensais da Direção-geral do Emprego e das Relações Laborais (DGERT), em janeiro foram entregues no Ministério do Trabalho 204 pré-avisos de greve no setor privado e no setor empresarial do Estado, um número que compara com 51 no mesmo mês do ano anterior.
Já as estatísticas da Direção-geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) mostram que no primeiro mês de 2023 foram comunicados na função pública 105 avisos prévios de greve, contra 40 em janeiro de 2022.
Em termos percentuais, o aumento homólogo em janeiro foi de 300% no caso dos pré-avisos comunicados ao Ministério do Trabalho e de 162,5% na administração pública.
Tendo em conta os pré-avisos comunicados à DGERT, os dados mostram que mais de metade (155) ocorreram no setor privado e 49 no setor empresarial do Estado, tendo sido registados 13 processos de serviços mínimos.
Os setores mais afetados no privado e no setor empresarial do Estado foram as atividades de informação e de comunicação (18% dos pré-avisos), a administração pública e defesa e segurança social obrigatória (17%), as atividades administrativas e dos serviços de apoio (17%), as atividades de saúde humana e apoio social (11%), os transportes e armazenagem (8%), o comércio por grosso e a retalho e reparação de veículos (8%) e as indústrias transformadoras (7%).
Quanto aos 105 avisos prévios de greves na administração pública em janeiro, a grande maioria (86) ocorreu na educação, 13 na saúde, três na justiça, dois na administração local e um em "diversas", de acordo com a DGAEP.
A DGAEP disponibiliza também dados de fevereiro, mês em que foram comunicados na administração pública 52 pré-avisos de greve (um aumento face aos 41 no mês homólogo), 42 dos quais na educação, oito na saúde e dois na justiça.
O início do ano tem sido marcado por várias greves na CP - Comboios de Portugal, por aumentos salariais e melhores condições de trabalho face ao aumento do custo de vida, que têm provocado perturbações na circulação de comboios em todo o país.
Também na educação foram realizadas várias paralisações nos primeiros meses do ano que levaram ao encerramento de escolas, tendo sido nalguns casos decretados serviços mínimos.