09 mar, 2023 - 19:20 • Fátima Casanova , com redação
Terminou sem acordo a reunião desta quinta-feira entre os sindicatos de professores e o Ministério da Educação.
No final da ronda suplementar negocial, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, anunciou uma nova greve nacional e uma manifestação para 6 de junho.
À saída do Ministério da Educação, em Lisboa, Mário Nogueira disse que a data (06/06/23) da greve nacional e da manifestação coincide propositadamente com o tempo de serviço dos professores congelado (desde a Troika): seis anos, seis meses e 23 dias.
Também vão ser marcadas outras paralisações por distritos e às avaliações, pela recuperação do tempo de serviço congelado.
“Vamos datar as seguintes formas de luta: greve por distritos durante 18 dias úteis, vamos avançar com uma greve a toda atividade que vá para além da componente letiva normal. Haverá greve ao serviço extraordinário, a todas as reuniões, greve a toda a componente não letiva. Portanto, as aulas vão manter-se, exceto no dia da greve por distritos. Vai ser também avançada uma greve ao último tempo letivo de cada professor, iremos avançar com greve às avaliações. Só vamos decidir quando é que ela se realizará”, disse Mário Nogueira, aos jornalistas, no final da reunião.
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Além da recuperação de todo o tempo de serviço (para os professores que lecionam em Portugal continental), a Fenprof exige que sejam resolvidas questões como a aposentação e a mobilidade por doença.
Relativamente ao modelo de recrutamento de professores, o líder do STOP, André Pestana, disse que terminou a negociação.
"Infelizmente, não houve nenhum acordo porque o Governo cedeu extremamente pouco relativamente às questões gravíssimas que estavam em cima da mesa", disse André Pestana aos jornalistas.
Há nova reunião para a partir de 20 março para começar a negociar outros pontos como o fim da burocracia.
O ministro da Educação João Costa, garante que o Governo apresentou-se de boa fé nas negociações, com o objetivo de combater a precariedade da classe docente e lançou os próximos quatro temas para negociação: "correção dos efeitos assimétricos intra carreira no período de congelamento que acabou em 2028", correção de desigualdades na redução do tempo da monodocência, redução da burocracia e regularização da situação profissional de muitos técnicos superiores que têm contratos precários, por exemplo psicólogos e terapeutas da fala".
O ministro João Costa disse, no entanto, que a disponibilidade do Governo para negociar estes assuntos deve ser acompanhada pela disponibilidade do regresso da normalidade nas escolas.