12 mar, 2023 - 13:28 • André Rodrigues , Inês Braga Sampaio
O presidente da Liga dos Bombeiros reivindica uma revisão do pagamento pelo transporte de doentes não urgentes e admite boicotar as altas hospitalares, já em abril, caso o Governo não ceda.
Em declarações aos jornalistas, este domingo, após a sessão de encerramento do congresso extraordinário, em Gondomar, António Nunes sublinhou que, caso não haja acordo até à Páscoa, os bombeiros farão cinco dias de boicote ao transporte de doentes não urgentes.
"Se não levarmos até ao fim a revisão do acordo do INEM, a revisão de doentes não urgentes e a revisão do transporte dos doentes intra hospitalares, se não chegarmos a acordo, em abril haverá um período de cinco dias em que não faremos altas hospitalares. Imaginem o que é alguns dos hospitais ou dos principais hospitais portugueses terem os doentes acamados e que não podem sair dos hospitais. Isso nós vamos fazer", garantiu o presidente da Liga dos Bombeiros.
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Durante o discurso de encerramento do congresso, e na presença de Manuel Pizarro, ministro da Saúde, António Nunes exigiu uma atualização com retroativos a janeiro, bem como uma atualização do protocolo de cooperação com o INEM.
"Falta atualizar os preços do transporte dos doentes não urgentes. Portanto, precisávamos que retroagisse a 1 de janeiro. Queria também dizer ao senhor ministro que está na altura e no momento certo para termos um novo acordo com o INEM e pedia-lhe encarecidamente que não houvesse mais negociações pela porta do cavalo", salientou.
António Nunes também abordou a questão das transferências intra hospitalares e frisou que o transporte de doentes feito por bombeiros não pode "continuar a ter prejuízos entre 20 a 25 milhões de euros por ano".
"O que é dizer que é a mesma coisa que andar de mão estendida junto das autarquias a pedir mais subsídios", sublinhou o presidente da Liga.
Na resposta, em declarações aos jornalistas, o ministro da Saúde prometeu ser sensível às reivindicações.
"O preço que está atualmente em vigor foi estabelecido em meados do ano passado e está em vigor desde 1 de julho do ano passado. O próprio documento legal prevê uma atualização relacionada com a inflação. Temos de fazer essa atualização e vamos fazê-la, sentados numa mesa de diálogo com os parceiros do sistema", assegurou.
Manuel Pizzaro também lembrou que, nesta altura, não há dívidas do Sistema Nacional de Saúde (SNS) aos bombeiros portugueses, algo que facilita as negociações para revisão de pagamentos:
"Hoje, posso dizer, com toda a segurança, que não há pagamentos em atraso das diferentes instituições do SNS aos bombeiros portugueses. Isso é muito importante e também nos dá uma certa tranquilidade para que o tema da atualização de preços possa ser negociado e tratado com o rigor que merece."
[notícia atualizada às 14h38]