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Anomalias do navio Mondego eram "grave risco" para tripulação, afirmam sargentos

14 mar, 2023 - 12:47 • Lusa

De acordo com um documento elaborado pelos 13 militares, a embarcação recebeu ordem para fazer o acompanhamento de um navio russo a norte do Porto Santo numa altura em que as previsões meteorológicas "apontavam para ondulação de 2,5 a 3 metros".

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O presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) considerou esta terça-feira que as anomalias do navio que falhou uma missão a norte do Porto Santo porque 13 elementos recusaram embarcar por questões de segurança representavam "grave risco" para a tripulação.

O NRP Mondego não cumpriu no sábado à noite uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha do Porto Santo, na Madeira, pois 13 elementos (quatro sargentos e nove praças do navio) recusaram embarcar por razões de segurança.

Contactado pela Lusa, o presidente da ANS, Lima Coelho, disse que os elementos em causa já tinham alertado para diversas anomalias do navio e sublinhou: "isto não foi uma crise no momento, foi fruto de muitas situações já vividas a bordo".

Em declarações à Lusa, o responsável criticou a posição assumida pela Marinha - que considerou que os 13 operacionais não cumpriram os deveres militares e usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos assumidos -, considerando que "não se pode matar o mensageiro".

"A Marinha mostrou mais vontade em matar o mensageiro do que em resolver a situação", afirmou, acrescentando: "independentemente do posto ou da função que assumimos, temos um dever de tutela para com os subordinados".

De acordo com um documento elaborado pelos 13 militares, a que a Lusa teve acesso, o NRP Mondego recebeu ordem para fazer o acompanhamento de um navio russo a norte do Porto Santo numa altura em que as previsões meteorológicas "apontavam para ondulação de 2,5 a 3 metros".

Os militares garantem que o próprio comandante do NRP Mondego "assumiu, perante a guarnição, que não se sentia confortável em largar com as limitações técnicas" do navio.

Entre as várias limitações técnicas invocadas pelos militares constava o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais e de o navio não ter um sistema de esgoto adequado para armazenar resíduos oleosos a bordo, ficando estes acumulados nos porões, aumentando o risco de incêndio.

Numa nota enviada à agência Lusa, a Marinha confirmou que o NRP Mondego estava com "uma avaria num dos motores", mas garantia que a missão que ia desempenhar era "de curta duração e próxima da costa, com boas condições meteo-oceanográficas".

"Não era só uma questão de motor. O navio tem várias anomalias. Se for para o mar e tiver algum problema, não há lá empresas de "outsourcing" que possam ir resolver, tem de ser quem lá está", afirmou Lima Coelho.

A Marinha, por seu lado, garantiu na nota que os navios de guerra "podem operar em modo bastante degradado sem impacto na segurança", uma vez que têm "sistemas muito complexos e muito redundantes".

"Essa avaliação, mais uma vez, pertence à linha de comando e à Superintendência do Material, enquanto entidade técnica responsável. Ambas as entidades não consideraram estar o navio inseguro para navegar", acrescentou.

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  • Corte Real
    17 mar, 2023 Almada 19:06
    Claro que têm razão! Todos falam em surdina na Marinha, mas existe o medo da perseguição e represália do CEMA. É dever da tutela (neste caso da Armada) zelar pela boa manutenção e operacionalidade dos seus meios. O CEMA a querer fugir ao cerne da questão: a gritante falta de meios e falta de manutenção dos seus navios. O Cmdt do navio não teve opção de escolha senão seguir as indicações do Comando Naval. Ainda teve sorte no meio disto tudo porque se tivesse saído para o mar apenas com um motor e um gerador operacionais e tivesse corrido mal, seria punido por ter avaliado mal a situação do navio. Só quem vive nas unidades é que sabe a dura realidade. Vejamos o caso do ÚNICO navio reabastecedor que a Marinha mais antiga do mundo tem: o Bérrio. Devia ter sido abatido e substituído, preso por fios, não há dinheiro para a intervenção, não tem casco duplo violando assim as convenções de segurança internacionais. Mas pronto, como não temos mais nenhum, decidiu-se prolongar por mais 10 anos (já tem 26 de vida) e rezar para que não suceda nenhum acidente ambiental. É isto que temos. Temos umas Forças Armadas do papel e processos administrativos. Coincidência das coincidências e de um momento para o outro apareceram 38 milhões de euros para manutenções que estavam cativados. E faltam mais de 150 só para a Marinha fazer o resto das manutenções. Imaginem para os outros Ramos. A chamada de atenção em direto e para Portugal inteiro é uma cena lamentável. Isto mostra o caracter deste senhor
  • Visto pelos Deuses
    17 mar, 2023 Almada 02:27
    CHEGA! Direitos Humanos, Precisam-se !!! Humilham-se os nossos heróis do Mar? Em casca de nós, carne para canhão, escoltar a Marinha Russa? Os Tugas, Num Navio avariado, o que é isto??? Caso para o tribunal Internacional dos Direitos Humanos! Advogados!!! Caso de Assembleia da República e Parlamento Europeu O castigo devia ser para quem não investe na Frota da marinha Portuguesa - O des/governo da maioria absurda

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