23 mar, 2023 - 19:50 • Lusa
A operação de reboque para o porto de Leixões do navio "Greta K", que se incendiou na terça-feira, foi hoje interrompida a cerca de cinco quilómetros do destino devido à força do mar, afirmou o comandante da capitania.
Segundo Silva Rocha, que falava em conferência de imprensa em Matosinhos, devido ao crescimento da agitação marítima durante a tarde "não estão reunidas as condições para que o navio pudesse entrar em segurança".
Sem motor de propulsão e, por isso, com necessidade de ter de ser rebocado, o navio iniciou durante a tarde a operação para entrada no porto de Leixões, mas, tal como anunciado pelo responsável da capitania do Douro e Leixões, as condições do mar iriam piorar a meio da tarde.
A situação vai ser "reavaliada aos primeiros alvores da manhã, cerca das 6h00 e em princípio o mar e a agitação marítima irão decrescer no período noturno e penso que haverá condições para uma entrada [no porto de Leixões] entre as 7h00 e as 8h00".
"Neste momento o navio está a cerca de cinco quilómetros ao largo do porto de Leixões. Vinha em aproximação, no rumo projetado para fazer a aproximação em segurança, mas pela observação que foi feita a partir do porto e mesmo do lado do mar, constatámos que a força do mar era demasiada para a força que o reboque terá de fazer para entrar e decidiu-se abortar essa manobra, projetando-a para amanhã", explicou Silva Rocha.
Sobre as condições em que navio se encontra devido ao incêndio, o capitão referiu que "está muito bem conservado exteriormente".
"Como tenho vindo a dizer, o modo de operar é isolar o local onde ocorre o incêndio e este espaço continua completamente isolado enquanto as restantes estruturas e compartimentos estão num estado normal", acrescentou, confirmando que o "incêndio está extinto".
Sobre a trasfega do combustível que o navio transporta, Silva Rocha reiterou que "ainda não há decisão", insistindo que o "foco é meter o navio em segurança no porto".
Segundo a Marinha Portuguesa, o alerta para o incêndio no navio-tanque Greta K, com bandeira de Malta, que se encontrava a navegar a cerca de uma milha e meia de costa, cerca de três quilómetros, junto à praia dos Ingleses, na Foz do Douro, foi dado cerca das 15:30 de terça-feira para o "Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Lisboa, da Marinha".
O navio tinha 19 tripulantes a bordo, todos de nacionalidade filipina, tendo 16 sido retirados nos últimos dias. A embarcação transporta "gasóleo e combustível destinado a aviões (jet fuel)".
A Marinha e a Autoridade Marítima Nacional alertaram na quarta-feira para o "agravamento considerável" das condições meteorológicas e de agitação marítima em Portugal continental, desde as 06:00 de hoje e até ao meio-dia de sábado.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já tinha colocado sob "aviso amarelo" nove distritos do continente até sexta-feira devido à previsão de agitação marítima, com ondas de noroeste com 4 a 4,5 metros.
O aviso destina-se aos distritos do Porto, Aveiro, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja (costa alentejana) e Braga.
O "aviso amarelo", o menos grave, é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.