24 mar, 2023 - 09:33 • Redação
Manuel Heitor e Alexandra Leitão, dois antigos minitros do primeiro governo liderado por António Costa, assinaram um manifesto contra o sistema de propinas por escalões defendido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a favor do fim gradual das mesmas. A notícia é esta sexta-feira dada pelo jornal "Público".
A dar corpo ao documento estão ainda deputados do PS, do BE e do PCP, bem como dirigentes estudantis e figuras da academia.
Enquanto independente do Governo que iniciou funções em 2015, Heitor tinha dito também ao "Público", em 2019, que o país estava ainda longe do cenário de gratuitidade.
A revisão do modelo de financiamento do ensino superior será levada a cabo a partir de 2024. Um estudo pedido à OCDE pelo Governo, divulgado em Dezembro, recomenda que Portugal aplique um sistema de pagamento por escalões, em função dos rendimentos das famílias, ao invés de uma redução geral das propinas.
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Há quatro anos, em 2019, o Governo reduziu o tecto máximo das propinas para 856 euros/ano, fruto de negociações com o BE, e em 2020, o valor desceu para 697 euros.
O Público escreve ainda que no manifesto, os subscritores mostram-se “publicamente contra esta proposta”, já que “significaria abdicar definitivamente do ensino superior como serviço público universal e tendencialmente gratuito”. Consideram ainda que “as propinas são um obstáculo à democratização do acesso ao ensino superior”, rejeitando um “modelo de financiamento baseado no princípio de utilizador-pagador”.
E subscrevem a declaração do Presidente da República de 2019, quando disse que eliminar progressivamente as propinas "significa dar um passo para terminar" o "drama" do "número elevadíssimo de alunos" que "não têm dinheiro para o ensino superior”.
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