28 mar, 2023 - 22:33 • Lusa
A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, anunciou esta terça-feira que o Governo vai realizar um estudo sobre as razões que levam à saída de efetivos das Forças Armadas bem como um "recenseamento sociodemográfico dos militares".
"Dois dos estudos nos quais estamos atualmente a trabalhar incidem sobre as razões das saídas das Forças Armadas, e sobre um recenseamento sociodemográfico dos militares, que permitirá obter uma "radiografia" social essencial para desenvolver medidas que articulem os recursos disponíveis e aquilo que os militares esperam do seu percurso nesta instituição, calibrando medidas de política e ajustamentos organizacionais", anunciou Helena Carreiras.
A ministra falava no Instituto da Defesa Nacional (IDN), em Lisboa, na sessão de lançamento do livro "Políticas de Defesa em Portugal", coordenado pela governante em conjunto com o antigo ministro da Defesa Nuno Severiano Teixeira. Esta cerimónia contou com a presença e intervenção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Ambos habilitarão uma tomada de decisão e ação política mais informadas e sustentadas", completou.
Defesa
São muitos os militares que têm encontrado carreir(...)
Na opinião da governante, "é cada vez mais importante que os portugueses conheçam e compreendam a atuação da Defesa em nome dos seus direitos e liberdades, trabalhando em diferentes frentes simultâneas que concorrem para a defesa permanente do interesse nacional".
Momentos antes, Nuno Severiano Teixeira - que exerceu funções de ministro da Defesa Nacional entre 2006 e 2009 - elencou alguns dos desafios atuais das Forças Armadas.
"Desafios? Obviamente que os há e, em primeiro lugar, neste momento, é o do investimento das Forças Armadas atingir os compromissos internacionais a que Portugal se obrigou, 2% do PIB, agora, agora", disse.
Outros dos desafios da Defesa, de acordo com o antigo governante, é a "capacidade de atração, de retenção, do número de efetivos necessários ao cumprimento cabal das missões das Forças Armadas e isso obrigará certamente, em primeiro lugar, à revalorização material e simbólica, eventualmente ao alargamento da base de recrutamento das Forças Armadas e estes são, obviamente, temas fundamentais".
Nesta sessão estiveram presentes, além da ministra da Defesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, os chefes da Armada, da Força Aérea, e do Exército, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, o comandante-geral da Guarda Nacional Republicana e o secretário de Estado da Defesa Nacional.
Portugal estabeleceu o compromisso de atingir 2% do PIB em investimento na Defesa até ao final da década e antecipou para este ano o aumento para 1,66%, que estava inicialmente previsto para 2024.