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Ministra da Defesa aguarda análise técnica ao navio "Mondego" para se pronunciar

28 mar, 2023 - 16:58 • Lusa

O navio da Marinha teve de abortar uma tarefa de rendição nas Ilhas Selvagens, na Madeira, por motivos de "ordem técnica".

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A ministra da Defesa Nacional disse hoje que aguarda pela análise técnica que está a ser feita ao Navio da República Portuguesa (NRP) "Mondego", na sequência de mais uma avaria, para se poder pronunciar sobre o assunto.

"Houve, de facto, uma questão técnica que está, neste momento, a ser avaliada. Há uma equipa técnica da Marinha que está a fazer a avaliação e vamos aguardar por essa avaliação para nos podermos pronunciar", disse Helena Carreiras, em declarações à agência Lusa, à margem da cerimónia de entrega do Prémio Defesa Nacional e Igualdade.

O navio da Marinha portuguesa "Mondego", recentemente envolvido numa polémica por 13 militares terem recusado cumprir uma missão, teve hoje de abortar uma tarefa de rendição dos agentes da Polícia Marítima e de elementos do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza nas Ilhas Selvagens, na Madeira, por motivos de "ordem técnica".

Questionada pela Lusa sobre a atual situação dos navios da Marinha, com informações recentes na comunicação social a dar conta de avarias e inoperacionalidades que poderão indicar um colapso, a ministra reconheceu a necessidade de maior aposta na manutenção, mas negou qualquer colapso.

"Não estão a entrar em colapso e a prova disso é que as missões da Marinha estão a ser cumpridas e com enorme sucesso", disse, apontando as missões a nível nacional em operações de vigilância, fiscalização e busca e salvamento, e no plano internacional nas missões no quadro da União Europeia e da NATO.

Helena Carreiras adiantou que a aposta na manutenção dos meios militares é uma prioridade do Governo, destacando que a lei de programação militar, que já deu entrada na Assembleia da República, inclui uma duplicação das verbas atualmente existentes para essa área.

"Estamos a trabalhar ativamente para que as verbas sejam bem utilizadas em prol da modernização e sustentação dos nossos meios. É portanto essa ação que esta a ser tomada e é essa competência que tenho de cuidar para que os nossos meios militares possam ser postos ao serviço das variadas missões das forças armadas em toda a segurança", frisou.

Segundo um comunicado do Comando da Marinha da Zona Marítima da Madeira, o navio "Mondego" "será objeto, ainda hoje, de uma inspeção técnica por parte de peritos da Direção de Navios, que se deslocarão à ilha da Madeira".

Também à margem da cerimónia de entrega do prémio Defesa Nacional e Igualdade, a agência Lusa tentou questionar o Chefe de Estado-Maior da Armada sobre a situação do NRP "Mondego", mas Gouveia e Melo recusou-se a prestar declarações.

No passado dia 11 de março, o NRP "Mondego" falhou uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, após 13 militares se terem recusado a embarcar, alegando razões de segurança.

A Marinha participou o sucedido à Polícia Judiciária Militar (PJM), em Lisboa, no âmbito de inquérito criminal, tendo também instaurado processos disciplinares.

Segundo a defesa dos militares, o Ministério Público suspendeu a audição dos militares que estava agendada para analisar o processo com mais detalhe.

Em causa estarão infrações ao código da Justiça Militar por "insubordinação por desobediência" e "insubordinação por prisão ilegal ou rigor ilegítimo".

Entre as várias limitações técnicas invocadas pelos militares para se recusarem a embarcar constava o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais, entre outras alegadas deficiências do navio.

A Ministra da Defesa Nacional presidiu hoje à cerimónia de entrega do Prémio Defesa Nacional e Igualdade, na Base Naval de Lisboa, em Almada, atribuído em 2022 ao projeto da Marinha intitulado "Navios Igualitários - A consolidação da igualdade de género nas Unidades Navais".

Foram ainda atribuídas menções honrosas às candidaturas classificadas no segundo e terceiro lugares, "Igualdade de género na Política da Defesa Nacional", apresentada pela Direção-Geral de Política de Defesa Nacional, e "Recursos, Defesa e Sociedade - uma DGRDN a pensar nas pessoas", apresentada pela Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional.

O prémio, criado em 2019 no quadro do Plano Setorial da Defesa Nacional para a Igualdade, tem por objetivo reconhecer publicamente as entidades da Defesa Nacional que se evidenciem pela promoção da igualdade entre mulheres e homens no trabalho e na sociedade, na formação profissional e na conciliação da vida profissional, pessoal e familiar, e pela adoção de princípios e medidas eficazes e positivas na prevenção e combate à discriminação.

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  • Cidadao
    28 mar, 2023 Lisboa 20:58
    A ministra só se preocupa com a Igualdade de género e com as Mulheres nas Forças Armadas. A Marinha, envelhecida e a cair de podre com metade dos efetivos navais parados por falta de pessoal e de manutenção, e a outra metade presa por arames, isso não lhe diz nada. Assim como não lhe diz nada a inexistência de defesa anti-aérea contra misseis e Drones, nem a artilharia parada por não ter munições para treinar, os Tanques inoperacionais e fechados em armazéns por falta de manutenção, etc, etc. E essa da "duplicação de verbas" para a manutenção, o facto de existir no papel não quer dizer que não hajam "cativações". Mas também, ela está lá para andar a passear os óculos em colóquios e distribuições de galardoezinhos, e para haver "igualdade de género" e "mulheres nas forças (Des)Armadas ...
  • Domingos Borges
    28 mar, 2023 Amadora 16:54
    "Quem quer mudar o mundo, não quer mudar a si próprio". Assim sendo, torna-se inseparável o actual episódio do previamente reportado. Parece sensato, preocupar-se em encontrar soluções para o estado operacional do navio, que se afigura ser antes uma situação geradora de perigos, do que uma embarcação que antes de mais tem de ser segura, do que (humilhar) culpabilizar os profissionais, mesmo sabendo-se que todas as pessoas de bem consideram sensata atitude dos profissionais em razão.

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