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Sociedade Portuguesa do AVC alerta para a urgência de meios para a reabilitação

31 mar, 2023 - 09:00 • Hugo Monteiro , Olímpia Mairos

Neste Dia Nacional do Doente com Acidente Vascular Cerebral, este organismo revela que anualmente, mais de 25 mil portugueses sofrem um acidente vascular cerebral. Ou seja, são três pessoas por hora e destas, uma não sobrevive.

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É urgente investir nos meios para a reabilitação de doentes que sobrevivem aos acidentes vasculares cerebrais. O apelo é da Sociedade Portuguesa do AVC, que diz existirem centros e profissionais de excelência no país, no entanto, em número insuficiente para as necessidades.

Neste Dia Nacional do Doente com Acidente Vascular Cerebral, o organismo revela que anualmente, mais de 25 mil portugueses sofrem um acidente vascular cerebral. Ou seja, são três pessoas por hora. Destas, uma não sobrevive.

Números que só podem ser combatidos com uma aposta na prevenção, refere Cristina Duque, médica neurologista e membro da Sociedade Portuguesa do AVC.

“A cada hora três portugueses sofrem um AVC. Isto é de facto impressionante. E destes três doentes, um deles não vai sobreviver, metade destes ficará com sequelas incapacitantes para toda a vida. A grande maioria dos casos da AVC, 90%, podem ser evitados com estratégias de prevenção”, aponta.

E essa estratégia de prevenção passa, por exemplo, pelo controlo da tensão arterial, pelo exercício físico regular e pela alimentação cuidada. Cristina Duque teme, ainda, que a subida dos preços possa ter um impacto negativo nos hábitos alimentares dos portugueses e contribuir para o aumento do risco de AVC.

Já em termos de reabilitação, a Sociedade Portuguesa do AVC diz que existem centros e profissionais de excelência no país, no entanto, em número insuficiente para as necessidades. Cristina Duque deixa, por isso, o apelo: é urgente investir nos meios para a reabilitação de doentes que sobrevivem aos acidentes vasculares cerebrais.

“Existem excelentes profissionais de medicina física e reabilitação, excelentes centros no país integrados no sistema nacional de saúde, que permitem um acompanhamento após o AVC e uma reabilitação muito adequada e eficaz. No entanto, na minha perspetiva, são insuficientes para o número de doentes que temos e talvez as políticas nos últimos anos, e a ciência também, se tenham centrado um pouco mais na fase aguda do AVC e temos descurado um pouco aquilo que é essencial - que é a reabilitação -, que deve ser um foco dos nossos políticos da nossa sociedade, investirmos mais na reabilitação”, defende.

Segundo a Sociedade Portuguesa do AVC, esta carência de meios é mais complexa perante o grande número de jovens que sofrem AVC's e que precisam de rápida reabilitação para terem uma vida o mais normal possível.

“Estamos a identificar também cada vez mais estes doentes, estamos a tratá-los cada vez mais, estão a ficar com menos défices, mas ainda assim a precisarem de muita terapia da fala, muita terapia ocupacional, muita fisioterapia e isso é uma lacuna”, destaca Cristina Duque, assinalando que “nos grandes centros urbanos, conseguimos ter centros de reabilitação muito especializados e depois em zonas mais isoladas será mais difícil obter essa resposta”.

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