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“É manifestamente pouco fiscalizar 25 mil carros quando há 3 milhões a circular”

10 abr, 2023 - 09:57 • Hugo Monteiro , João Carlos Malta

Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, reage aos números trágicos da sinistralidade na Páscoa afirmando “que há uma total ausência de autoridade simbólica do Estado nas estradas”.

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O presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, Manuel João Ramos, responsabiliza o Estado pela falta de estratégia rodoviária que leva a que se atinjam a números avolumados de vítimas mortais nas estradas portuguesas em épocas festivas como a Páscoa.

Apesar de conceder que o bom tempo causa mais acidentes, e mais vítimas, por trazer mais automobilistas para a estrada, considera que o principal problema é o da “falta de fiscalização” e o precário tratamento aos dados que resultam dessas ações policiais.

“Há uma total ausência de autoridade simbólica do Estado nas estradas”, argumenta Manuel João Ramos.

O responsável justifica a afirmação com números. “É manifestamente pouco fiscalizar 25 mil carros quando há 3 milhões a circular”, lembra.

“A fiscalização é efetivamente muito pequena, muito pouca. Portugal é dos países que têm fiscalização mais baixa em toda a Europa”, concretiza.

E dá o exemplo de Espanha, em que as patrulhas distam em média 40 quilómetros. “Em Portugal, a média de patrulha chega aos 150 quilómetros”, concretiza.

“Na estrada há muito poucos veículos. Há falta de meios, há falta de pessoal, há falta de gasolina, há falta de veículos”, enumera.

A Operação Páscoa 2023 da GNR registou 14 vítimas mortais e 27 feridos graves nas estradas portuguesas, em mais de 800 acidentes, entre quinta-feira e a meia-noite deste domingo. São dados que constam do mais recente comunicado da Guarda Nacional Republicana.

Em relação ao ano passado, o número de vítimas mortais foi quatro vezes maior. Em 2022, durante os seis dias de operação morreram três pessoas.

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