11 abr, 2023 - 16:42 • Ricardo Vieira
Uma comissão técnica vai investigar as denúncias de alegados erros médicos no Hospital de Faro, anunciou esta terça-feira o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.
A decisão foi tomada após uma reunião da Ordem dos Médicos com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro.
"Dessa reunião acertamos com o Ministério da Saúde a criação de uma comissão técnico-científica de peritos médicos independentes que irão avaliar as denúncias que foram transmitidas e que são do conhecimento da Ordem dos Médicos", declarou Carlos Cortes, em conferência de imprensa.
Esta comissão surge na sequência da queixa efetuada pela médica interna Diana de Carvalho Pereira, relatada na sua conta na rede social Twitter, na Polícia Judiciária sobre "11 casos ocorridos entre janeiro e março" no hospital de Faro de "erro/negligência" no serviço de cirurgia.
Segundo a médica, dos casos relatados de 11 doentes, "três morreram, dois estão internados nos cuidados intermédios, os restantes tiveram lesão corporal associada a erro médico, que variam desde a castração acidental, perda de rins ou necessidade de colostomia para o resto da vida".
O Ministério Público também já instaurou um inquérito sobre alegados erros e casos de negligência no serviço de cirurgia do Hospital de Faro.
O bastonário da Ordem dos Médicos adianta que conversou com a médica durante o fim de semana, por telefone, para perceber a dimensão da gravidade destas denúncias.
Na sequência dessa conversa, "decidimos imediatamente, em conjunto com o Conselho Regional do Sul, fazer uma primeira visita, uma primeira avaliação no Hospital de Faro, com o conselho de administração, a direção clínica, a direção do serviço, os médicos especialistas e os médicos internos do serviço para fazer um primeiro enquadramento".
Carlos Cortes refere que as denúncias foram remetidas para o Conselho Disciplinar da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos, ao Ministério Público, à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, à Entidade Reguladora da Saúde, ao Ministério da Saúde e à Administração Regional de Saúde do Algarve e ao conselho de administração do Hospital de Faro, a quem foram pedidas "explicações urgentes sobre esta matéria".