17 abr, 2023 - 04:48 • Lusa com Redação
Os técnicos de emergência pré-hospitalar iniciam, esta segunda-feira, uma greve ao trabalho extraordinário para reivindicar o cumprimento dos direitos laborais e a revisão da carreira, com o sindicato a prever um "grande transtorno” no serviço do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) admite que a greve pode "causar um grande transtorno" dado que grande parte do INEM é feito com recurso a horas extraordinárias.
A paralisação vai decorrer por tempo indeterminado e, tendo em conta que é apenas às horas extraordinárias, não há lugar a serviços mínimos, mas os técnicos garantirão a operacionalidade dos meios do INEM em caso de catástrofe ou numa situação excecional, assegurou Rui Lázaro, do STEPH.
Estes profissionais do INEM pretendem a revisão da carreira, de acordo com o compromisso do Ministério da Saúde assumido no final de 2022 e que levou ao levantamento da greve que decorreu na altura.
À Renascença, o presidente do STEPH, Rui Lázaro, diz não ter restado alternativa senão avançar com a greve, “numa perspetiva também de que o próprio Ministério da Saúde force o INEM a respeitar a lei e a respeitar os direitos destes profissionais”
O responsável do sindicato alerta para a atual conjuntura de crise do socorro médico e das possíveis graves consequências desta greve, junto da população.
“Mesmo sem a greve, e apesar dos milhares de horas extraordinárias que os técnicos fazem mensalmente, já existem hoje ambulâncias paradas. Dezenas de ambulâncias paradas e algumas praticamente nem abrem durante o mês de abril por falta de técnicos. Pois bem, com uma adesão em massa, como esperamos a esta greve ao trabalho extraordinário, num grito de revolta e de desespero, e de pedido de ajuda ao Governo, o que vai acontecer certamente é que vão-se agravar os atuais atrasos ao socorro, aos cuidados de emergência médica e isso pode ter, claro, consequências para os cidadãos.”
Esta situação foi já alvo de queixa junto ao Ministério de Saúde e da Inspeção Geral das Atividades em Saúde, mas continua sem resposta.
O sindicato revela que o clima que se vive na instituição é de “medo, coação e perseguição a vários trabalhadores”.
[notícia atualizada às 8h00 com declarações do presidente do STEPH]