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Câmara do Porto não vai permitir que traficantes de droga vivam em casas municipais

21 abr, 2023 - 20:03 • Lusa

Rui Moreira defendeu que a habitação social é para "os que precisam" e que, tendo em conta os montantes apreendidos na operação policial, "essas pessoas não precisam de viver em casas em que a renda é, em alguns casos, de 12 euros e em média 50 euros".

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O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, garantiu hoje que a autarquia vai ser intolerante com os que vierem a ser condenados pelo crime de tráfico de droga, não permitindo que vivam em habitações municipais.

"Esperamos que os tribunais atuem de forma célere, e há uma coisa que queria deixar aqui clara: todos aqueles que forem condenados por tráfico não podem viver em casas da Câmara Municipal do Porto", assegurou Rui Moreira, em reação à operação de combate ao tráfico de droga realizada na quinta-feira no Grande Porto, que resultou na apreensão de 11 quilos de estupefacientes e 15 detidos, e permitiu, segundo a polícia, "desfazer uma das principais redes de venda de droga nos bairros da Pasteleira Nova e Pasteleira velha".

Em declarações aos jornalistas, Rui Moreira defendeu que a habitação social é para "os que precisam" e que, tendo em conta os montantes apreendidos na operação policial, "essas pessoas não precisam de viver em casas em que a renda é, em alguns casos, de 12 euros e em média 50 euros".

"Não podem. Não os queremos a viver em habitação social", referiu, dizendo, no entanto, que a autarquia não se baseia em "função de acusações", mas que se os detidos forem condenados o município vai atuar "em conformidade".

"Se as pessoas forem condenadas nós atuaremos em conformidade, como já atuámos no passado e como continuaremos a fazer", disse, defendendo que o município não pode permitir a "perpetuação deste fenómeno".

"É, aliás, o que está previsto na lei e nós vamos implementar isso", referiu.

Questionado sobre quantas pessoas foram proibidas de viver em casas municipais por condenação por tráfico de droga, o autarca afirmou que este é "um problema extraordinariamente limitado".

"São muito poucas pessoas", referiu, notando que a "esmagadora maioria das pessoas que vivem em habitação social não tem nada a ver com isto [tráfico de droga]".

Aos jornalistas, Rui Moreira mostrou-se ainda solidário com trabalho levado a cabo pelo Ministério da Administração Interna (MAI) e a PSP no âmbito da operação de combate ao tráfico de droga realizada na quinta-feira, destacando que os seus resultados confirmam a "preocupação" da autarquia relativamente ao tráfico de droga, que disse estar "instalado" em determinadas zonas da cidade como no bairro da Pasteleira Nova.

"Há um conjunto de apreensões que demonstram que a preocupação que o município do Porto tem revelado e que os munícipes nos vão relatando (...) tem toda a razão de ser", disse, destacando que naquele bairro municipal existe "um problema gravíssimo de ordem pública".

Hoje, em declarações aos jornalistas, o comissário da PSP Sousa Pereira, revelou que dos 11 quilos de droga apreendidos na operação, seis são de cocaína, três de haxixe e dois de heroína, dando para cerca de 62 mil doses individuais.

Além da droga, foram apreendidos 13.000 euros, quatro carros, dois ciclomotores e armas.

Ainda no âmbito desta ação, que envolveu 300 agentes, foi detido o líder de uma das "principais redes de tráfico de droga do Porto", disse.

Além deste líder, foram detidas mais 14 pessoas com "diferentes posições e funções" na rede, nomeadamente colaboradores, gerentes e vendedores.

Os 15 detidos, nove homens e seis mulheres, têm idades entre os 24 e 65 anos, são de nacionalidade portuguesa e, alguns destes, têm já antecedentes criminais pela prática dos mesmos crimes, sublinhou.

O comissário Sousa Pereira ressalvou que, além dos bairros da Pasteleira Nova e da Pasteleira, foram ainda realizadas buscas em Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Maia e Gondomar, no distrito do Porto.

Contudo, das 44 buscas domiciliárias e não domiciliárias, 30 foram nos dois bairros da Pasteleira.

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