26 abr, 2023 - 10:56 • André Rodrigues
A Câmara Municipal de Lisboa (CML) admite compensar os comerciantes afetados pelas obras do Plano de Drenagem contra cheias.
A intervenção vai obrigar a fortes congestionamentos na circulação automóvel, tanto na baixa da cidade, como na zona ribeirinha.
Em declarações à Renascença, o vice-presidente do município, Filipe Anacoreta Correia, revela que está garantida a “isenção de taxas” para os comerciantes afetados por esta intervenção.
Quanto ao pequeno comércio, “que está realmente numa exposição muito grande a tapumes que impedem praticamente o acesso à atividade, encontramos soluções de compensação, que a Câmara não tem de fazer, porque está a fazer obras de requalificação do espaço público. Mas, apesar de não ter de o fazer fá-lo-á, certamente se tiver possibilidade para proteger esse esse pequeno comércio”, garante.
A partir desta quarta-feira, estão em vigor alterações profundas no trânsito da Baixa e zona ribeirinha e por tempo indeterminado, por causa de várias intervenções que, para além do Plano de Drenagem, incluem a expansão do Metropolitano de Lisboa.
Na zona ribeirinha e na Avenida 24 de Julho, entre a Avenida Infante Santo e a Avenida Mouzinho de Albuquerque, será proibido o trânsito, e o acesso só será possível a moradores e trabalhadores.
Na zona da Baixa, os veículos com mais de 3,5 toneladas só poderão circular durante a noite com exceção para os transportes públicos.
Em causa, as obras de expansão do metro de Lisboa,(...)
Questionado sobre a necessidade da realização de todas estas intervenções em simultâneo, Anacoreta Correia começa por esclarecer que “são obras diferentes e que cada obra tem o seu dono, como é o caso da expansão do metro”.
No que diz respeito às obras que são da responsabilidade da CML, o vice-presidente fala de obras que resultam de necessidades imprevistas.
“Por exemplo, na Rua da Prata, colapsou saneamento e nós temos de responder a essa necessidade e, depois, temos, também, o Plano de Drenagem de Lisboa, que é uma obra que a cidade de Lisboa espera há mais de 30 anos. Cada vez que acontece uma situação com as chuvas torrenciais e com as cheias, nós perguntamos porque é que ela ainda não está pronta? Portanto, são obras que não podem esperar”, reconhece.
Anacoreta Correia diz que o objetivo final deste plano é resolver o excesso de trânsito na cidade de Lisboa e, sobretudo, na zona ribeirinha.
“Estamos a tentar responder a estas situações, em primeiro lugar, encorajando as pessoas que usam esta zona ribeirinha para ir para outro sítio. Nós estamos a dizer: não façam isso, essa zona está com trânsito a mais e há várias soluções”.
E exemplifica: “quem vem de Algés pode ir pela CRIL ou pela Avenida de Ceuta ou na Avenida Infante Santo. Aquilo que nós chamamos a quinta circular. Para quem tiver como destino a Baixa-Chiado, porque vive lá, trabalha ou vai frequentar o comércio, também estamos a criar mais soluções para essas zonas”.