09 mai, 2023 - 20:27 • Fátima Casanova
Depois do ministro da educação ter dito, no Parlamento, que as juntas médicas detetaram 20% de situações fraudulentas na mobilidade por doença, o líder da Fenprof pede que todos os envolvidos no processo “fraudulento” sejam responsabilizados.
O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (FENPROF) disse, em declarações à Renascença, que os sindicatos sempre defenderam “que o Ministério, em vez de estar a impedir professores de poderem ter mobilidade para junto da localidade onde residem e são acompanhados pela família ou onde têm tratamento, aquilo que deveria ter feito era ter definido juntas médicas para verificar a veracidade das situações”.
Mário Nogueira acusa, por isso, o Ministério de ter preferido “deixar 3000 mil professores de fora dos quais quatro até já faleceram”.
O líder da FENPROF lamenta que só agora é que os governantes venham com as juntas médicas para detetar situações irregulares, acrescentando que “ainda bem que o faz e que deteta situações fraudulentas”.
Mário Nogueira defende que “a responsabilização recaia também sobre quem atestou, porque não são os professores que se auto atestam”, acrescentando que “temos um médico que atesta, uma junta médica, que confere e temos os serviços do Ministério da Educação que vão confirmar”.
O dirigente sindical desafia ainda o Governo a alterar as regras da mobilidade por doença, regressando ao regime anterior e sublinha que "não se percebe por que razão é que o Ministério continua a sacrificar milhares de professores com doenças gravíssimas: com cancros, professores transplantados, a fazer hemodiálise, com problemas músculo-esquelético, que não pode fazer viagens”.
Esta terça-feira, o ministro da Educação esteve no Parlamento onde garantiu que “as juntas médicas têm vindo a realizar-se na aferição das situações de mobilidade por doença e, neste momento, temos já detetadas cerca de 20% de declarações falsas que motivaram a mobilidade por doença, portanto, ainda bem que as juntas médicas estão a acontecer para nos permitir dar a mobilidade por doença a quem, de facto, precisa e identificar estas irregularidades, que existem”.